“Vejo o hip-hop como uma arte que sempre traz questões sociais à tona”, diz Mara Onijá, participante desse movimento desde 1999 no ABC. Atualmente preparando seu primeiro CD solo, ela conta que já fez parte de dois grupos e que sua carreira sempre esteve ligada a sua participação em grupos trabalhistas e feministas de ativismo político.
Apesar de reconhecer que a realidade de maioria dos estudantes universitários é muito diferente da enfrentada pelos jovens da periferia, Mara acredita em uma união entre ambos, a partir da “compreensão de que compartilham lutas”. A opinião é partilhada pela estudante de ciências sociais da USP, Flávia Vale, uma das organizadoras do [II Festival Hip Hop ocupa USP], que ocorre na sexta-feira 17 de abril.
O evento traz grupos de música e dança da periferia à Universidade, buscando troca cultural e política – assim como a que ocorre dentro do próprio movimento Hip Hop. Trata-se de uma iniciativa de coletivos: estudantes, Movimento A Plenos Pulmões; trabalhadores, Liga Estratégica Revolucionária; e movimento negro, Pílula Preta; com apoio do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), movimento de mulheres Pão e Rosas, Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP e Centro Acadêmico dos estudantes de Ciências Sociais.
O festival será realizado a partir das 21h no departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e é uma oportunidade para conhecer grupos pouco divulgados na grande mídia, como Banda UAfro, Ba Kimbuta, Mara Onijá, QI Alforria, Akins Kinte, Rincon Sapiência, Família 4 Vidas, Patota D’Firmino e Simbólicos; além do grafite do Opni e dos DJs Case e B8.