Vigilante do IME faz greve de fome

O protesto do vigia Eliseu Silva, do IME (foto: Yuri Gonzaga)
O protesto do vigia Eliseu Silva, do IME (foto: Yuri Gonzaga)

Eliseu de Souza Silva, vigilante terceirizado que trabalha no bloco C do IME, decidiu entrar em greve de fome como forma de protesto, nesta última quinta-feira, sete de maio. Ele recebeu um aviso de recolhimento de seu posto após reclamar do não-pagamento do vale transporte. De acordo com Eliseu, os vigilantes terceirizados da USP não têm seus diretos trabalhistas respeitados, além de sofrer assédio moral e todo o tipo de pressão por parte da guarda universitária.

O vigilante diz que passou a tarde inteira tentando entrar em contato com a empresa EVIK Segurança e Vigilância, para a qual trabalha, para receber seu vale transporte, sem sucesso. Numa última tentativa, no fim da tarde, ele ligou para a guarda universitária, que contatou a empresa contratada, porque “só assim eles vêm”.  Os supervisores vieram já com o aviso de recolhimento, o que significa que o vigia perderá seu posto no IME e voltará para a empresa. Um deles, chamado Vanderley, teria sido agressivo ao fazer a notificação. Eliseu afirma que este mesmo supervisor estaria perseguindo-o há algum tempo, tendo inclusive o chamado de “bosta” semana antes, em uma discussão.

Vanderley, que pediu para não publicar seu nome completo, disse por telefone que Eliseu foi punido por usar o rádio da empresa em uma freqüência autorizada apenas para contato entre ela e a guarda universitária, superior hierárquica dos vigilantes. Ele ainda disse que Eliseu teria dito via rádio que estava doente. Ele afirma também que o funcionário tomará uma suspensão de três dias, mas não informou se ele perderá seu posto.

De acordo com o funcionário, além do vale transporte, a empresa paga irregularmente as horas extras. Eliseu afirma que o assédio moral por parte da guarda universitária é freqüente, e que essa situação é generalizada entre os terceirizados, que “são terceirizados porque a USP não quer problemas”.

Os outros vigilantes que estavam no local preferiram não se identificar, mas confirmaram as acusações do vigia sobre de más condições de trabalho, além da pressão por parte da guarda.