Demora na liberação de verba e burocracia são alguns dos problemas enfrentados pelos projetos contínuos de extensão da USP. Devido à falta de organização e de agilidade da Universidade, cada um resolve o seu problema como pode.
O projeto Rosa dos Ventos, em atividade desde 2001, na Escola de Comunicações e Artes (ECA), recebeu verba da USP nos dois primeiros anos de criação, mas depende de outras fontes de renda desde então. Por conta disso, o turismo social praticado pelo projeto fica prejudicado. Segundo Thais Sanches, aluna de turismo e diretora de projetos do Rosa dos Ventos, ele quase deixou de existir em 2006: “Antes a gente tinha que fazer até seleção para as monitorias. Agora tem que mandar email desesperado pedindo gente pra ajudar”. Com a organização da papelada, os integrantes pretendem conseguir verba da USP e de patrocínios externos, o que não é visto com bons olhos por todos.
Membro do projeto Redigir, que ensina redação e gramática, também da ECA, Gustavo Paiva considera que a participação de empresas tira o caráter de extensão do projeto: “Passaria a ser uma ONG”, diz. Gustavo ainda reclama da demora para a aprovação do financiamento pela USP. O processo, que é semestral, leva cerca de doisa três meses, o que faz com que as aulas comecem sem a liberação da verba. Além disso, a aprovação é incerta. Como o Redigir não é um programa, só poderia existir por cinco anos, prazo que já expirou.
O Serviço de Assessoria Jurídica Universitária (Saju), projeto da Faculdade de Direito, virou disciplina optativa. Este ano, a USP concedeu 11 bolsas para os participantes, mas o dinheiro que deveria ir para os alunos vai para despesas do projeto. Segundo Amanda Paulista, uma das integrantes, o dinheiro é suficiente. O que sobra édistribuído entre os participantes com mais necessidade.