Fusão administrativa ganha contornos mais definidos. Orquestra e Coral da Universidade atuam em conjunto na temporada de 2011
Uma orquestra sinfônica que contrata músicos profissionais e um coral que abre vagas para alunos interessados em aprender canto. Dois grupos, tão diferentes, têm agora uma só administração.
Apesar das dinâmicas distintas, a Osusp (Orquestra Sinfônica da USP) e o CoralUSP vêm trabalhando em parceria desde o ano passado. As diretorias continuam separadas, mas a administração passou a ser unificada. “A mudança é basicamente administrativa. No começo houve um certo nervosismo, porque na hora de ‘casar’, as pessoas têm que se adequar”, comenta a professora Diana Helena de Benedetto Pozzi, que dirigiu o coral até 2010.
Os diretores contam que houve dificuldades e resistência no início. “Em momentos de transição, há um espaço para aparecimento de insegurança, é difícil mudar a rotina”, diz Fabiola Zioni, atual diretora do coral.
As duas direções conseguiram se adaptar às mudanças. “Com os diretores foi muito tranquilo. Nós somos todos professores da USP, falamos a mesma língua, sabemos que a gente representa a Pró-Reitoria, a universidade e temos os mesmos interesses nessas atividades artísticas dentro da universidade”, diz Edson Roberto Leite, atual diretor da Osusp. Funções como montadores e equipe de divulgação sã compartilhadas pelos dois órgãos. ” A gente está aprendendo a trabalhar juntos”, diz Edson.
Ele comenta, ainda, que o intercâmbio de conhecimentos entre os dois grupos tem sido muito intenso. “O coral está aprendendo com a orquestra e a orquestra está aprendendo com o coral. Cada apresentação é um projeto, e é única. Então, isso gera uma possibilidade de aprendizado para as equipes envolvidas”, diz. Isaias Custódio, vice-diretor da Osusp, concorda que a união é uma oportunidade para a troca de experiências.
Segundo Edson Leite, com a junção, a equipe ficou mais preparada. “Foi possível, por exemplo, atender melhor os bastidores na Sala São Paulo, atender melhor os músicos”, conta. Diana Pozzi acrescenta que, para o Coral, a Osusp trouxe diversas contribuições. “O Coral não tinha assistente administrativo. Agora temos”, diz.
Para Edson Leite, a importância da união é fortalecer uma equipe sem a qual as apresentações não se realizariam. “Quem vê uma apresentação de coral ou orquestra, pensa no cantor, no músico, no maestro. A gente sabe o quanto a equipe administrativa, os funcionários que estãopor trás, são importantes. Essa equipe é quem faz o espetáculo. Tem o lado artístico, que é muito importante, que é o que aparece mais. E tem a estrutura por trás. Essa estrutura por trás ficou mais forte, mais unida e ficou mais USP”, diz.
Projetos antigos e futuros
A ideia de unir grupos artísticos da USP já existia em gestões anteriores, mas só foi possível colocá-la em prática com a professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, pró-reitora, que propôs criar um pólo cultural dentro do mesmo espaço.
A união administrativa entre Osusp e CoralUSP é somente um plano piloto. O projeto prevêque todos os grupos de artes performáticas da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária tenham um núcleo comum, que ficará centrado no Anfiteatro Camargo Guarnieri. O projeto envolve a reforma do prédio do anfiteatro, onde passará a ser a sede administrativa conjunta de quatro grupos: Osusp, CoralUSP, Tusp (Teatro da USP) e Cinusp.
Edson Leite explica que a vantagem é a possibilidade de formar equipes mais preparadas e eficientes.
Concertos de 2011
O próximo concerto em conjunto está programado para o dia 4 de junho. A Osusp tocará na Sala São Paulo, com a participação do CoralUSP na apresentação da Sinfonia Dante, de Franz Liszt.
No dia 4 de dezembro há outro concerto programado na Sala São Paulo, com atuação da Osusp e do CoralUSP, apresentando uma obra de Antonín Dvorák. Além desses dois concertos programados, o objetivo é que haja outros em conjunto dos dois grupos.