As ondas de violência vivenciadas pelo campus Butantã da USP nos últimos meses fizeram com que a discussão sobre a garantia de segurança nos campi do interior ganhasse força. Enquanto a Guarda Universitária do campus I da USP São Carlos afirma que, lá, os casos de violência são isolados, a Coordenadoria do campus de Ribeirão Preto pretende gastar nos próximos meses R$ 190 mil com alarmes, cercas elétricas, câmeras e equipamentos de informática para melhoria da segurança na universidade. A intenção é coibir furtos de carros – 15 no primeiro trimestre. Além de mais orçamento direcionado à segurança, existe a possibilidade da instalação de uma base da Polícia Militar dentro dos limites do terreno pertencente à USP Ribeirão.
“A discussão a respeito da proposta teve início recentemente, portanto ainda precisamos entrar em contato com a PM para saber do seu interesse e que tipo de instalação ela necessitaria, bem como com a Prefeitura Municipal para discutir como ela participará deste projeto”, conta o professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias e Coordenador do campus da USP Ribeirão Preto, José Moacir Marin. Ele afirma que a medida corresponde a solicitações da própria comunidade USP manifestadas a partir do sistema de e-mail Fale Conosco. A proposta ainda não foi encaminhada à reitoria da universidade.
No campus Ribeirão também é previsto a melhoria da iluminação e um maior rigor no controle de entrada nas portarias. Já em São Carlos, hoje, as portarias de acesso para os campi I (no centro da cidade) e II (periferia da cidade) contam com cancelas que exigem identificação dos motoristas – leitor magnético de cartões USP ou adesivos de identificação de “membro da comunidade USP” nos carros- e câmeras. “Roubos pequenos já foram solucionados a partir das câmeras”, conta Rafael Ferrer, membro da Secretaria Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental. “Aqui é um campus muito seguro em geral”.
O estudante afirma a ocorrência de assaltos é rara na universidade em São Carlos. “Acontecem mais furtos”, conta. Em 2010, o Banco do Brasil do campus I foi assaltado três vezes. A solução foi inserir uma porta giratória na agência, que tinha antes passagem livre. Segundo Ferrer, a exigência de identificação no campus II da universidade é mais intensa do que na unidade I. “Costumam barrar mais gente que não tem perfil ou estereótipo de estudante; barram mais quem é da comunidade”, diz o aluno.