Presente na lista dos 300 locais pré-aprovados para treinamentos pré-jogos das Olimpíadas de 2016, o Cepeusp procura melhorar sua estrutura, a fim de criar um “legado inteligente” para a comunidade USP – ou seja, sem nenhum impacto, apenas com benefícios. De acordo com o professor e diretor do centro Carlos Bezerra de Albulquerque, o CEPE seria reformado independentemente disso. “Queremos que, se o local se tornar sede para treinamentos pré-jogos, isso seja uma consequência das reformas que vamos fazer”, explica.
Entre elas, Bezerra contabiliza a revitalização da pista de atletismo, o aquecimento da piscina para os atletas do triatlo, a melhora do piso das quadras dos módulos e dos campos, tanto para a prática de futebol quanto de rugby e de hóquei sobre grama.
Algumas atléticas, porém, mostram-se apreensivas quanto às reformas e ao uso do CEPE para os treinamentos. Tanja Oshima, vice-presidente da Atlética do curso de Relações Internacionais está receosa quanto às reformas. “Foi realizada uma reunião entre as atléticas e o CEPE e, aparentemente, os espaços que terão prioridade nas reformas serão a raia e a pista de atletismo, que são os espaços menos utilizados pelos atletas da USP. Precisaríamos de reformas nas quadras, tanto nas externas quanto nas dos módulos”, diz.
Alan Menani, presidente da Atlética da Faculdade de Odontologia, diz que se a possível presença de atletas olímpicos acarretar em reformas no CEPE, as atléticas têm muito a ganhar. “Ainda acho que para treinamentos olímpicos, a estrutura não está ideal”, opina. “A pista de atletismo, a piscina e as quadras precisam de reforma. Já passou do tempo. Acho que falta muito incentivo ao esporte universitário no Brasil”.
Atletas e atléticas
Questionado a respeito dos horários mais restritos para treinamentos, Bezerra diz que a vinda de atletas olímpicos pode ser uma experiência interessante para os atletas da USP. “Será um conflito de horários, mas bastante saudável e tranquilo. Que atleta da USP não quer ver um atleta olímpico jogar?”
Anna Carolina Candido, vice-presidente da Atlética da FFLCH discorda do diretor do CEPE. “O centro de práticas esportivas é da Universidade de São Paulo e, por vezes, não prioriza os atletas da universidade. O CEPE mal atende a demanda de toda a USP. Há atletas que precisam treinar embaixo do velódromo ou entre as quadras de tênis”, lamenta. A vice-presidente ainda enfatiza que o CEPE prioriza campeonatos externos em detrimento das competições internas. “Por exemplo: nenhum time de futsal pode utilizar os módulos, mas na final da Copa Santander de futsal, que aconteceu na USP, uma quadra interna foi usada. Além disso, as feiras de profissões da USP também ocupam o espaço dos módulos”, conta.
Anna ainda discorda que as reformas sejam feitas sem considerar que a USP esteja sendo cotada como sede para treinamentos. “Sempre reivindicamos reformas, mas nossas exigências só estão começando a ser atendidas agora que o projeto envolvendo as Olimpíadas de 2016 foi iniciado”, conta.