Após a desocupação dos alunos, a Reitoria foi aberta aos jornalistas enquanto ainda estava tomada por policiais do Batalhão de Choque e pela PM. As paredes internas encontram-se pichadas, há móveis revirados e colchões esparramados pelo chão.
De acordo com os policiais, a reintegração de posse foi pacífica. Apesar disso, o porta-voz da PM, Major Marcel Soffner conta que foram encontradas bombas incendiárias (coquetel molotov). Segundo o Major, “tudo o que for encontrado aqui será levantado pela polícia científica”.
O capitão da PM, C. Sanches ,explica que “na 91ª Delegacia serão feitos Termos Circunstanciais de danos e desobediência da ordem judicial. Deu o prazo ontem às 23h, e a PM entrou somente hoje em torno das 5h20. Os estudantes saíram pacificamente, mas estavam gritando a todo momento palavras de ordem contra a PM”. Os estudantes foram levados para delegacia em um ônibus da PM. O capitão Sanches disse ainda que “a ordem foi reestabelecida. O Choque deve sair por completo em alguns instantes”.
Por dentro da ocupação
Por volta das 3h da madrugada de hoje, quatro repórteres do Jornal do Campus foram autorizados pelos manifestantes a entrar com exclusividade na Reitoria ainda ocupada. Mas não foi permitido o uso de câmeras fotográficas nem filmadoras. A comissão de comunicação da ocupação forneceu as seguintes informações: “de pouquinho em pouquinho o movimento vai tomando uma identidade e melhorando suas comissões, como a de comunicação, a de alimentação, e de faxina inclusive”. Durante os 40 minutos que permaneceram na Reitoria na madrugada, os repórteres relataram um ambiente organizado inclusive com pessoas cozinhando. Uma aluna que não quis revelar o nome relatou: “Nós não pichamos ou grafitamos as paredes por vandalismo. Pelo contrário. É a identidade artística do movimento, que representa unidade.”
Uma aluna de Letras (não quis se indentificar) participou da ocupação até ontem mas já não estava na reitoria no momento em que a polícia chegou. Ela relatou que as manifestações não vão parar e que já está sendo marcada, via Facebook, uma assembléia para discutir o tema e um possível cancelamento das aulas.