Enviado para aprovação da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da USP, o novo programa de mestrado para o curso de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) sofreu alterações em seu quadro docente.
Quatro professores da Escola, Jaime Crozatti, Jorge Alberto da Silva Machado, Marcelo Arno Nerling, e Tania Pereira Christopoulos foram retirados do programa por baixa produtividade acadêmica. O pedido de exclusão foi feito pela PRPG e foi aceito pela comissão de professores que coordenam o projeto.
Segundo Cecília Olivieri, coordenadora da proposta, é comum a PRPG recomendar alterações na estrutura do programa com vistas à submissão à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão que financia programas de pesquisa. “As mudanças recomendadas referiam-se à redução do número de créditos exigidos, à inclusão de conteúdo de formação didática e à exclusão de quatro professores com baixa produtividade acadêmica. As recomendações foram aceitas pela equipe de professores que coordena a Proposta, entendendo que eram necessárias para se atingir os critérios da CAPES para aprovação de programas de pós graduação”, afirma.
Um dos professores excluídos do programa, que pediu para não ser identificado, alegou se tratar de “retaliação” por conta de recentes entrevistas concedidas ao Jornal do Campus, a qual se referia sobre os modelos de gestão e transparências adotados pela Universidade, e por ser um “sujeito que incomoda”.
“O conceito de baixa produtividade acadêmica na USP é uma velha polêmica e não pode ser adotado como critério único para avaliar a vida acadêmica de um pesquisador”, afirma o docente. “Sou um dos docentes com maior produção acadêmica na EACH e com maior número de trabalhos orientados, comprovando experiência em orientação de alunos. Esse argumento não é válido e vou provar isso”, contesta.
Segundo Cecília, caso a Proposta seja aprovada pela Capes “qualquer docente, da USP ou não (inclusive, portanto, os docentes que por ora foram excluídos da Proposta), poderá solicitar credenciamento ao Programa a qualquer tempo”.
O relatório expedido pela PRPG solicitando as alterações ainda não foi disponibilizado aos professores, apesar de já terem sido oficialmente comunicados. Os docentes contestarão a medida em reunião a ser marcada.