No ano de 2012, o tradicional Coral da Universidade de São Paulo, o CoralUSP, fundado em 1967, completa 45 anos de sua criação e celebra, além de seu crescente reconhecimento, a sua trajetória, ao logo dessas quase 5 décadas.
Fruto da articulação entre os centros acadêmicos da Escola Politécnica, da Escola de Enfermagem da USP e, principalmente, contando com o apoio de músicos e renomados mestres, entre os quais o regente Benito Juarez, o Coral conseguiu formar dois grupos de coralistas na época de sua fundação. Hoje, ele é composto por, aproximadamente, 450 cantores distribuídos em 11 grupos e quatro oficinas de canto coral, atuando na Cidade Universitária e em outras unidades da USP.
Quatro turnês internacionais, que passaram pela Europa, África, Argentina e EUA, cinco premiações da Associação Paulista de Críticos de Arte, a APCA, incluindo inúmeras apresentações conjuntas com a Orquestra Sinfônica da USP e grandes nomes da música brasileira, como Milton Nascimento e Gilberto Gil, representam o empenho para o reconhecimento e a valorização do coral da universidade, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, e o seu compromisso em torná-lo uma referência em sua área. Algumas pessoas, no entanto, costumam associar o conceito de “canto de coral” a músicas religiosas ou música clássica. O mestre Alberto Cunha, atual diretor artístico e regente titular do CoralUSP, destaca que a intenção do coral foi sempre fazer algo diferente, mesclando vários gêneros musicais em suas apresentações, de modo a atrair e agradar diferentes públicos. “Essa característica ‘eclética’ do CoralUSP é o que sempre o tornou diferente, pois, às vezes, alguém que ia assistir à uma apresentação do Coral, por querer ouvir canções da MPB, acabava entrando em contato com música renascentista ou Rock clássico e descobrindo que gosta desses estilos também”.
Os 11 grupos de coral estão divididos em temas e ensaiam repertórios bem variados. O do “Grupo Azul – Dia”, por exemplo, engloba Blues, Negro Spirituals e Gospel, Frevo, marcha rancho, sambas de diversos estilos e “música inglesa”, como Beatles, Queen, Celtic Woman e Elton John. Outro grupo que também tem um tema bastante interessante é o “12 em Ponto”, cujo repertório abrange canções dos principais movimentos da MPB, desde 1967, com o Tropicalismo, até os dias de hoje, com Michel Teló.
Cunha comenta, também, que o contingente de coralistas sempre variou muito durante os anos e que a década de 80 foi o período em que houve maiores registros de pessoas interessadas em participar de corais, mas acredita que a pouca divulgação sobre o que é feito pelo Coral tenha ocasionado a diminuição da procura por esse tipo de atividade na USP, nos últimos anos. Ele reforça, ainda, que qualquer um, tendo vínculo com a universidade ou não, pode fazer parte do CoralUSP.