O Deputado Federal Romário (PSB) usou sua página oficial no Facebook, no dia 21/5, para protestar contra a Federação Paulista de Futebol (FPF), acusando o órgão de permitir que exames antidoping de atletas que disputaram o último Campeonato Paulista fossem feitos no Laboratório de Análises Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (LAT-FCF) da USP, instituição não credenciada pela WADA (Agência Mundial Antidoping) para tal fim.
O ex-jogador levantou a polêmica por achar suspeito que nenhum atleta tenha feito exame antidoping positivo durante o estadual. Segundo ele, o fato do LAT não ser credenciado gera a suspeita de que resultados positivos por ele apurados possam ter sido escondidos da FIFA e da própria WADA. O único instituto que possui a autorização na América do Sul é o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Maurício Yonamine, professor da FCF e diretor do LAT, se defende diante das acusações: “Acredito que o Deputado Romário tenha sido desrespeitoso e indelicado não só com nosso Laboratório, mas com a Universidade de São Paulo”, declara. Segundo ele, o LAT realiza controle antidopagem para a FPF há mais de três décadas e meia.
Em comunicado oficial divulgado no dia seguinte à denúncia, a FPF disse ser normal que a análise dos exames seja feita em um laboratório não credenciado. A Federação esclareceu ainda que, nesse caso, diante de um resultado analítico adverso, uma contraprova é enviada a uma instituição credenciada para a confirmação ou complementação da análise realizada, prática que se repete em laboratórios por todo o mundo. O comunicado reitera ainda que o LAT é responsável por amostras de outras treze instituições esportivas.
O diretor do LAT explica que todo o processo de seleção de atletas para controle, assim como a coleta de amostras, são de responsabilidade do Departamento de Controle de Dopagem da FPF. Os resultados são entregues para o médico Fernando Solera, presidente da Comissão de Controle Antidopagem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O Jornal do Campus entrou em contato com Solera, que não se pronunciou até o fechamento desta edição.