Resultado da consulta indicativa realizada na EACH poderá ser referendada pelo reitor

Após deposição de Jorge Boueri e Edson Leite, o reitor escolherá a nova diretoria da EACH. Na consulta, o favoritismo foi da chapa das professoras Maria Cristina Motta de Toledo, como diretora,  e Neli Aparecida de Mello-Théry, como vice

Os cargos de diretor e vice-diretor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo já podem ter sido definidos. No último dia 7, alunos, professores e funcionários participaram de uma consulta indicativa de preferência, onde, segundo a Portaria 41 da EACH, cada categoria, por votos paritários, respondeu por um terço do total de votos. No dia 19, a Congregação, órgão máximo de deliberações da unidade, como prometido, referendou a escolha da consulta. Agora, cabe ao reitor a decisão final.
“Quando começamos a nossa luta, tínhamos claro que, de fato, conseguir eleições diretas na EACH ia ser praticamente impossível”, explica Amanda Moreira, aluna de Gestão de Políticas Públicas. “Por isso, a consulta indicativa, para a maior parte do movimento, parecia ser um grande avanço democrático”. A estudante acredita que o reitor manterá a decisão obtida através da consulta feita à comunidade, pois o candidato do movimento estudantil não foi eleito. “Como a candidata eleita é claramente a da reitoria, acreditamos que ele irá referendar sim”, diz.

Propostas

As professoras Maria Cristina Motta de Toledo e Neli Aparecida de Mello-Théry, primeiras colocadas, com 62,23% dos votos, explicaram que a primeira medida a tomarem será o mapeamento das situações-problema para reflexão, divulgação e priorização das ações que precisam ser tomadas imediatamente. “Nossa proposta é a criação de uma instância permanente de discussão para estabelecimentos de prioridades e buscas de soluções”, explicam as professoras. “Com a participação de toda a comunidade, de modo que possamos divulgar suficientemente as demandas e suas justificativas, e toda a EACH tenha a oportunidade de apresentar propostas num contexto de transparência”.
Segundo a proposta de gestão, disponibilizada no site da Escola, as professoras se comprometem com uma gestão baseada no interesse público, na valorização da imagem da universidade, do acompanhamento rigoroso das questões ambientais e do diálogo. “A EACH é uma unidade grande, complexa, distante da Cidade Universitária, sem representação presentes de instâncias centrais da Universidade, como a Prefeitura e a SEF (Superintendência do Espaço Físico)”, explicam. Além disso, problemas estruturais como a demolição do prédio que possui gás no subsolo e a abertura de um novo curso, de Engenharia da Computação, deixam a situação mais preocupante.
“A EACH tem demandas de espaço para aulas, laboratórios, ampliação de setores que cresceram e estão funcionando em locais inadequados, além dos espaços de convivência para alunos, funcionários e docentes, bem como da própria comunidade da região leste de São Paulo que gostaria de iniciar a organização do acervo do futuro memorial”, dizem.
Outra proposta é a reforma organizacional e regimental da Escola. “Os departamentos têm uma série de atribuições que não foram outorgadas à nenhuma instância na EACH”, explicam.
Como não possui a divisão dos cursos em diferentes departamentos, “as competências tem sido incorporadas a instâncias que já tem suas obrigações, sobrecarregando-as”. Para elas, a reformulação da organização e mudança de regimento não precisa ser, necessariamente, com a criação de departamentos. “A participação da comunidade nas discussões fará surgir as propostas, as justificativas e os argumentos para decisão e encaminhamento aos órgãos centrais da USP”.

Infográfico: Felipe Higa.