Nova disciplina na Poli visa prática e inovação

No ano que vem, será oferecida uma nova disciplina na Escola Politécnica que terá como objetivo incentivar os estudantes a encontrar soluções criativas para problemas reais. Com o nome de “Desenvolvimento Integrado de Produtos”, ela está sendo estruturada pelos professores Eduardo Zancul e Roseli de Deus Lopes. A expectativa é de que os estudantes interessados já possam se inscrever para frequentá-la ainda no primeiro semestre de 2014.
A matéria terá 60 vagas, sendo que metade delas devem ser preenchidas pelos estudantes da Escola Politécnica e as restantes estarão disponíveis para todos os alunos da USP. “Nós esperamos poder contar com a participação de estudantes de diversas áreas de formação”, esclarece o professor Eduardo Zancul. “Formaremos 10 equipes, cada uma com seis alunos. Três de Engenharia, porque há uma alta demanda desse tipo de formação para os projetos. Também precisaremos de alguém de Arquitetura ou Design e de Economia ou Administração, além de um estudante de Comunicações, Psicologia, Biologia ou Medicina, por exemplo, que possam complementar o grupo. Mas isto é apenas um direcionamento, não algo obrigatório”, ele expõe.
A cada um dos grupos será proposto um desafio real, trazido por empresas, fundações e ONGs. Ao longo do semestre, os grupos deverão desenvolver protótipos que solucionem os problemas sugeridos. Zancul evidencia que a participação das instiuições externas à USP se limitará apenas à apresentação do problema. “Não haverá nenhuma influência externa. É só para ter um desafio intelectual para os alunos, para que eles tenham a oportunidade de trabalhar em uma equipe interdisciplinar e de colocar a mão na massa”, ele conta.
Zancul esclarece que o objetivo da disciplina é dar para os estudantes espaço para arriscar e inovar, mas que não há nenhuma espécie de prestação de serviços. “Depois de construídos, os protótipos serão desmontados e nós vamos guardar o material. Se trata apenas de um desafio intelectual”, ele destaca. “Se algum dos projetos se mostrar patenteável, nós seguiremos as regras de propriedade intelectual da USP”.
“Nós criamos a disciplina baseada em um projeto internacional”, explica. A inspiração veio de um curso da Stanford University, dos Estados Unidos, que está sendo frequentado por quatro estudantes dos cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica e Arquitetura da USP, e que também influenciou a criação de matérias semelhantes em outras universidades no exterior.
O financiamento para o material usado nos protótipos a serem desenvolvidos virá do Fundo Patrimonial Amigos da Poli. O projeto da disciplina participou do Edital que selecionou oito projetos que receberão recursos do Fundo, sendo um dos três que receberá apoio integral, no valor de 50 mil reais. A verba também está sendo usada para financiar a equipe de alunos da USP que estão fazendo o curso em Stanford.
Para desenvolver seus protótipos, os estudantes contarão com o InovaLab@POLI, no Departamento de Engenharia de Produção. Estruturado com verbas da Pró-Reitoria de Graduação e da própria Poli. Ele conta com uma Sala de Projetos e uma Oficina de Protótipos. Lá, o aluno pode encontrar desde softwares até o maquinário necessário para a realização de seus projetos. O InovaLab@POLI é aberto para todos os alunos USP e também para a comunidade.

Inova Lab@Poli dará apoio aos estudantes da nova disciplina. Foto: Odhara Rodrigues.