Estudantes difundem roller derby na USP

Desde 2013, um grupo de alunas se reúne para praticar a modalidade em diversos espaços na Cidade Universitária
Em partidas de roller derby, as atletas usam patins com rodas paralelas, joelheiras, cotoveleiras e capacetes, para proteção contra impactos. Foto: Daniel Morbi

A Cidade Universitária é conhecida por abrigar praticantes dos mais diferentes tipos de esporte. Corrida, caminhada, ciclismo, futebol e basquete são alguns exemplos de modalidades que vêm à mente quando se pensa na gama esportiva da USP. Porém, o campus também possui atletas de atividades menos conhecidas, mas não menos interessantes. Um deles é o roller derby.

Criado nos Estados Unidos na década de 30, a modalidade é uma evolução das maratonas em patins que aconteciam na época. O esporte consiste em dois times, com cinco pessoas de cada lado, que patinam no mesmo sentido em uma pista oval. Para cada time, é escolhida uma atleta de ataque, chamada jammer, e as outras quatro ficam encarregadas de criar um bloqueio defensivo na pista. O objetivo da jammer é patinar mais rápido que as atletas defensivas do time adversário e ultrapassá-las. Enquanto isso, as bloqueadoras usam do jogo corporal para impedi-la. Para cada ultrapassagem, um ponto é marcado. Ao final de dois tempos de 30 minutos, ganha o time que conquistar mais pontos.
A USP possui um grupo de prática desse esporte há um ano. Criada por estudantes, a equipe conta com pessoas de várias unidades, entre elas a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), a Faculdade de Odontologia (FO) e a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). A ideia de criar um time nasceu a partir de uma falta de disponibilidade dos alunos de fazer parte dos times já existentes de São Paulo. “[Os times] são exigentes em relação à presença e à mensalidade e têm treinos em lugares de difícil acesso”, afirmam Karen Reis, aluna de Ciências Sociais, e Cris Ambrosio, aluna de Letras.
Como o grupo reúne pessoas de muitos cursos, ele não se torna atrelado a nenhuma atlética das unidades. Essa independência faz com que os integrantes tenham que lidar com alguns obstáculos de infraestrutura. Cada atleta deve bancar gastos com seus materiais. “Não temos como arcar com esse custo como equipe, pois os equipamentos são muito caros”, afirmam. Para encarar essa realidade, ações de arrecadação de dinheiro já foram realizadas em festas para a compra de cones e fitas de demarcação do solo.
Além disso, a questão do local de treinamento também se torna um empecilho, já que os patins utilizados somente podem rodar sobre pisos lisos. De acordo com as estudantes, tentou-se, de início, utilizar a estrutura do Centro de Práticas Esportivas (CEPE), porém nenhuma quadra foi liberada para o uso. “Ficamos meses atrás de um outro espaço até que encontramos a quadra da Odontologia, mas agora, por mudança da gestão da Atlética deles, estamos sem treinar novamente”, afirmam.
As dificuldades não impedem que o grupo esteja aberto para receber todos aqueles interessados. O roller derby é um esporte predominantemente feminino, porém, o grupo não restringe a participação masculina nos treinos. “Ele tem uma característica muito marcante de inclusão de todos os tipos físicos, idades e gêneros”. Mais informações em: rollerderbyusp@gmail.com