Tentativas de assalto são frequentes no trajeto entre a estação da Sé e a Faculdade; estudantes pedem soluções
Uma estudante, que não quis se identificar, conta que foi assaltada em 2013 na saída de uma cervejada organizada pela atlética da instituição. “Quando eu saí da festa para entrar no táxi, um menino passou correndo entre mim e o carro e puxou minha bolsa. […] Na primeira puxada eu segurei, mas ele puxou de novo com toda a força, tanto que rasgou a minha blusa, e saiu correndo. Foi horrível, fiquei muito assustada”, conta.
Apesar de o assalto ter sido cerca de 5h30 da manhã, ela conta que se sente insegura a qualquer horário, perto de onde estuda: “Eu, que sou aluna do diurno, mas que sempre peguei optativas à noite, hoje evito ao máximo.” Não foi só o assalto que mudou a sua rotina, ela diz que temer outros tipos de violência: “A gente ouve falar de estupros naquela região e, com o assédio verbal que nós mulheres sofremos, não fica difícil de acreditar.”
Outro depoimento de violência é do aluno Julio Barboza, que foi assaltado quando ia para a São Francisco: “Um cara veio falar comigo e me pediu um cigarro, quando eu falei que não tinha, ele colocou uma faca no meu pescoço e disse pra eu ficar quieto, que queria meu celular”.
O aluno, ex membro do centro acadêmico, reclama que no trajeto pela Praça João Mendes, o mais utilizado pelos estudantes, não há nenhuma base policial ou da Guarda Civil: “Na época, nós [do centro acadêmico] mandamos um ofício para a Secretaria de Segurança Pública para que colocassem uma base móvel no caminho do metrô até a faculdade, o que nunca foi feito”.
O modo de solucionar estes problemas é uma questão polêmica na Faculdade. A aluna acredita que a medida mais básica e essencial é reforçar o policiamento na região: “É absurdo não ver um policial sequer ali em horários críticos, afinal, aquela área é perigosa”.
Julio, por sua vez, diz: “Lidamos com violações de direitos humanos da população em situação de rua pela PM e pela GCM, então não dá para dizer que aumentar o policiamento é a solução, porque a corda arrebenta sempre do lado mais fraco.” Como medidas alternativas ele sugere a implantação de policiamento comunitário, além da melhoria da iluminação na região. Procurada para falar sobre o assunto, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não respondeu à reportagem.