MAE planeja introduzir curso de graduação

(Infográfico: Arthur Aleixo)

Um curso de graduação em Arqueologia, oferecido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), aguarda a aprovação do reitor Marco Antonio Zago para começar a ser ministrado em São Paulo. Com uma carga horária prevista de 3.810 horas, a graduação propõe admitir um caráter menos técnico, visando formar pesquisadores com uma ampla e sólida base científica.

A grade do curso, que seria o primeiro do estado, contém disciplinas oferecidas por outras unidades da Universidade de São Paulo, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e os Institutos de Biociências (IB) e Geociências (IGc). Para Astolfo Araujo, presidente da Comissão de Graduação do MAE, a integração do curso com outras unidades é mandatória. “Muitos dos problemas têm que ser tratados levando em conta questões físicas e químicas e, finalmente, os dados têm que ter um tratamento estatístico”, aponta.

O curso prevê trabalhos de campo em que os alunos teriam a oportunidade de escavar em sítios de vários períodos. “A USP em si não tem nenhum sítio arqueológico conhecido, mas aposto que existem sítios nos diversos campi do interior, é só uma questão de procurar”, afirma o professor.

Ações de cooperação internacional do MAE também se estenderiam à graduação. Vários alunos brasileiros foram levados para escavações e para aprender o restauro de materiais arqueológicos por um dos professores visitantes do museu, Fabio Parenti, que é diretor de um centro de estudos de pré-história na Itália.

Não há previsão para o início do curso, já que o processo depende do aval da Reitoria. A proposta é que a ele tenha 5 anos de duração, em tempo integral, e que sejam oferecidas 25 vagas no início. Atualmente, o MAE conta com um curso de pós-graduação e disciplinas optativas na área.

ARQUEOLOGIA NO BRASIL

A pesquisa arqueológica brasileira é recente. Os primeiros arqueólogos, formados no exterior, começaram a atuar no Brasil no final da década de 60. Apesar do número de profissionais ter crescido bastante, ainda é muito pequeno em relação a outros países.
Segundo o arqueólogo Guilherme Mongeló, o Brasil tem cadastrados no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mais de 18 mil sitios arqueológicos, mas esse número deve ser bem maior já que o sistema está muito defasado. “Só para se ter uma ideia, estou em campo agora e em 4 dias catalogamos mais 3 sítios novos.”

por HELENA RODRIGUES