FFLCH é campeã do 16º BIFE

Após últimos jogos realizados nesse fim de semana, saiba mais sobre esse e outros inters entre faculdades da USP
FFLCH confirmou título do 16º BIFE neste fim de semana
FFLCH confirmou título do 16º BIFE neste fim de semana. Arte: Paula Lepinski

No último feriado, entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro, ocorreu a décima sexta edição do BIFE, jogos universitários realizados em Taquaritinga (SP), a mais de 300 quilômetros da capital paulista. Com a participação de 10 faculdades da USP, o inter promove a integração entre a comunidade universitária a partir do esporte, com um forte apelo social. Nesse ano, o resultado oficial ainda não foi divulgado, mas matematicamente a campeã foi a FFLCH, conquistando seu quarto título no inter, sendo o segundo seguido.

O BIFE tem esse nome pois é a sigla das quatro faculdades fundadoras: Biologia (cuja atlética se mesclou às do ICB e da Oceanografia, passando a se chamar ICBIÓ), IME, FAU e ECA. Fundado em 1999, teve sua primeira edição realizada em Jacareí, a pouco mais de 100 km da capital. Em sua décima sexta edição, o BIFE já passou por cidades como Araraquara, Barra Bonita, Lorena e Sumaré, no todas no interior paulista. Atualmente, conta com a participação de 10 faculdades: as quatro fundadoras, FFLCH, Veterinária, Química, Física, Psicologia e Geociências.

As modalidades presentes no BIFE são Atletismo, Basquete, Futsal, Handebol, Jiu-Jitsu, Natação, Rúgbi, Tênis, Tênis de Mesa e Vôlei Masculino e Feminino, Xadrez e Futebol de Campo Masculino. Em relação aos campeões, o IME já possui 10 títulos, sendo a FFLCH tricampeã e a ECA bicampeã. Nessa edição, devido ao mau tempo, houve jogos realizados em São Paulo, mas que não afetaram o resultado em Taquaritinga.

Diferentemente de outros inters, ele é realizado apenas por alunos: “O BIFE não é feito por uma empresa, diferentemente da muitos campeonatos de outras faculdades. Nele as próprias pessoas das atléticas participantes entram em contato com as cidades e representantes locais”, cita Jeferson Gonçalves, Diretor Geral de Eventos da Associação Atlética Acadêmica (A.A.A.) Lupe Cotrim, a ECAtlética. Segundo ele, um fator muito importante para o inter é o caráter social e de integração: “É um grande evento de interação que coloca os alunos, que as vezes estão distantes dentro da cidade universitária, em um único convívio”.

Mais de 2 mil alunos estiveram presentes nos últimos jogos, que foram realizados em Taquaritinga, no interior paulista. De acordo com dados divulgados pela Prefeitura da cidade, a Secretaria de Esportes e a Comissão Organizadora (CO) do BIFE firmaram um termo de compromisso, na qual a CO daria uma contrapartida de R$ 18 mil reais para a realização dos jogos na cidade, além da doação de materiais esportivos à Secretaria e o equivalente a R$ 9 mil reais em cestas básicas ou alimentos não perecíveis.

Para Paula Thiemy, presidente da ECAtlética, o BIFE representa algo muito além do esporte: “Apesar da competição dentro de quadra, um inter se mostra como é importante para a integração dos alunos. É o período no qual o aluno realmente se sente parte da faculdade, quando percebe que está gritando pelos times que o representam, que está feliz por uma vitória ou, então, que está chorando porque viu os atletas lutarem tanto e não chegarem ao objetivo final”. Nesse ano, a ECA levou o segundo maior número de pessoas para o BIFE, com quase 400 pessoas, contando atletas e público no geral. A Escola foi a única a ficar em um alojamento separado na cidade, enquanto todas as faculdades ficaram em um único alojamento coletivo.

Partida de handebol masculino entre ECA e FFLCH. Foto: ECAtlética
Partida de handebol masculino entre ECA e FFLCH. Foto: ECAtlética

 

Medicina: 23 Interusps

Não é só o BIFE que envolve as faculdades da USP em uma viagem de 3 ou 4 dias para promover a integração a partir do esporte universitário: junto com o BIFE, o Interusp e o Caipirusp se destacam no número de faculdades participantes e público. Mais antigo dos três, o Interusp foi fundado em 1985, com o mesmo propósito de todo inter: promover a integração através do esporte. Inicialmente participaram seis faculdades: Poli, Medicina Pinheiros, Medicina Ribeirão, São Francisco, Esalq e Engenharia São Carlos (CAASO), esta que foi excluída em 1988. Atualmente, além das cinco fundadoras restantes, também participam a Farmácia, a FEA e a Odonto. Em 2015 ele foi realizado em Itajubá (MG), entre os dias 4 e 7 de junho.

Segundo Lucca Zidan, presidente da A.A.A. Politécnica, a Comissão Organizadora se reúne periodicamente ao longo de aproximadamente 6 meses a fim de organizar e promover a competição. Os campeões durante todo a história da competição se dividiram entre a Medicina Pinheiros e a Poli, totalizando uma divisão de 23 campeonatos para Pinheiros e 8 para Poli, que só a partir de 2000 começou a faturar títulos.  Para Zidan, o foco do Interusp é mais esportivo que social: “O inter é um dos momentos mais esperados pelos atletas do ano, em que as competições são muito acirradas. Muitos atletas treinam o ano inteiro somente para o Interusp”, cita.

Luciana Bueno, vice-presidente da A.A.A. XI de Agosto, da São Francisco, também comenta também a diversidade de modalidades no Interusp: “É um campeonato interessante porque possui esportes que não existem nos Jogos Jurídicos [outro inter que a São Francisco participa], como beisebol, softbol e karatê. Inclusive, nesse ano tivemos o rugby feminino como demonstrativo, o que foi muito legal”. Outras modalidades esportivas como judô e polo aquático também estão presentes. A São Francisco leva cerca de 400 atletas e ficam num alojamento único, sendo que alguns times alugam espaços separados para ficarem.

O interior viaja ao interior

Sendo um pouco mais restritos à faculdades da capital, o BIFE e o Interusp são importantes para as atléticas participantes e para o esporte universitário. Indo além da Cidade Universitária, existem outros inters entre os institutos da USP, que envolvem os cursos no interior. Um deles é o Caipirusp, criado em 2006, com o intuito de integrar os campi fora do Butantã. Atualmente, participam oito faculdades: Esalq (Piracicaba), EEL (Londrina), FZEA (Pirassununga), CAASO, EACH (a única faculdade da capital, na Zona Leste) e mais três de Ribeirão Preto: FEARP, Farmácia e Direito. Em relação aos campeões, a atlética de São Carlos foi campeã 7 vezes e a EEL três.

O Caipirusp começa a ser organizado no primeiro semestre, na qual abrem-se as licitações para empresas realizarem o evento, na parte esportiva e na de entretenimento. Após a escolha da cidade-sede, realizam-se viagens para conhecer melhor os estádios e os alojamentos, para a logística do inter. Como nos outros inters, a tabela dos jogos é organizada durante a madrugada, na qual os jogos do dia anterior são computados para a realização das partidas do dia seguinte.

Para o presidente da A.A.A. Luiz de Queiroz, de Piracicaba, Federico Gonzalez, “o Caipirusp é o campeonato mais importante do segundo semestre, só ficando atrás do Interusp. Ele é importantíssimo, já que agrega todas as faculdades do interior, e permite essa integração com o público universitário que participa da competição”. A Esalq é a única faculdade que participa tanto do Interusp quanto do Caipirusp. Segundo Federico, a atlética da faculdade leva entre 150 e 200 pessoas anualmente, sendo aproximadamente 70% atletas.

Da mesma maneira pensa Stela Moura, Diretora Geral de Modalidades da A.A.A. IX de Novembro, da EEL: “Nossa prioridade é o Caipirusp e os outros campeonatos são, de certa forma, um jeito de mantermos nossos times treinando e com ritmo de jogo”. O inter desse ano foi realizado entre os dias 5 e 7 de setembro em Guaíra, a mais de 400 km da capital paulista e a 10 horas de distância de Lorena, da onde saíram cerca de 500 pessoas para os jogos, entre atletas e torcida – o maior número do Caipirusp. Campeões nesse edição, a EEL conquistou seu terceiro título após perderem por dois pontos no ano anterior. “O sorriso no rosto ao final recompensa todas as dificuldades”, cita o ex-presidente da atlética da EEL, Akira Vargas.

Não importando o curso ou o inter, tais eventos são de extrema importância para as atléticas e os times. “Para o esporte universitário no geral, um inter é importante para manter os times motivados durante o semestre todo”, cita Paula. Akira relembra: “Todo o ano treinando vai ser feito em 3 dias”. Seja no BIFE, Interusp ou Caipirusp, no final quem ganha é o esporte.

Por Leandro Bernardo