Aos sábados, motoristas e praticantes de esportes têm que conviver no campus Butantã
Com aproximadamente sete milhões de metros quadrados, o campus Butantã é bastante utilizado para práticas esportivas. Aos sábados, por exemplo, a Cidade Universitária fica repleta de ciclistas e corredores que optam por fazer os treinos na USP por causa das possibilidades de trajetos. Porém, há reclamações sobre a infraestrutura local, como a sinalização de sanitários para os usuários externos.
Ciclismo, corrida e fortalecimento físico são algumas das modalidades praticadas. Como os parques viraram uma opção quase descartada, devido à quantidade enorme de frequentadores, os esportistas viram no campus uma alternativa. Peterson Lima, líder da Foca and Friends Assessoria Esportiva, utiliza a USP como sede das suas aulas há 11 anos. “O espaço físico dos parques não ajuda muito para o treinamento. Aqui conseguimos fazer treinos com todos os tipos de relevo”, diz Lima. Conhecido como Foca, ele ressalta também que, por mais que haja movimentação de veículos, a segurança para os atletas ainda é maior do que se os treinamentos fossem feitos em outros lugares.
Estrutura para os treinos
Embora os grupos venham equipados para o campus, os atletas sentem falta de uma estrutura mínima como banheiros, que estão dentro das unidades, basicamente fechadas ou com acesso restrito à comunidade uspiana. Para Alberto Lima, participante da equipe Vitor Costa Treinamento Personalizado, “o espaço é “show de bola”, mas a ausência de sinalização [de sanitários] é um problema”. Nesse ponto, o diálogo com a Prefeitura do Campus é vago. As assessorias são cadastradas por ela, entretanto, para Foca, não há incentivo. “Deveriam haver reuniões entre as assessorias e a Prefeitura para trocarmos informações”, afirma o treinador.
Veículos x Esportistas
A convivência dos motoristas com os praticantes de esportes também gera opiniões distintas. A atenção deve ser redobrada ao entrar no campus nos horários mais movimentados, uma vez que os automóveis passam a dividir o espaço com ciclistas e corredores. “Das sete ao meio dia, o trânsito fica muito perigoso. Os ciclistas, por exemplo, nunca andam sozinhos e acabam ocupando mais de uma faixa de rolamento”, conta Amadeu Costa, motorista que acessa comumente a Cidade Universitária aos sábados de manhã.
Ocupação do espaço público
Receber tantas pessoas diferentes acrescenta à pluralidade da Universidade, além de ser uma forma de ocupação do espaço, o qual pertence à sociedade, e de deixar as ruas mais movimentas e, assim, por vezes, mais seguras. “Sem eles [os esportistas], as ruas, aos finais de semana, ficariam desertas e perigosas”, frisou o estudante Paulo Henrique Marinho, frequentador do campus também aos finais de semana. “Talvez, se houvesse alguma forma de controlar o espaço para os carros circularem sem conflito, seria o ideal”, conclui o aluno.