Um novo ciclo se inicia com as Paralimpíadas Universitárias 2021

Competição, cancelada devido a pandemia, retorna entre os dias 16 e 19 de setembro, no Centro de Treinamento Paralímpico

 

 

por Lucas Zacari

Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Foto: Daniel Zappe/CPB

 

As Paralimpíadas de Tóquio foram históricas para a delegação brasileira. O Brasil conquistou 22 medalhas de ouro, uma a mais do que em Londres 2012, o que significou a sétima colocação no quadro de medalhas. Além disso, os atletas brasileiros igualaram a marca de 72 pódios da Rio 2016, o que caracterizou a melhor participação do país nos Jogos. No entanto, o paradesporto não termina com a Cerimônia de Encerramento, e, em setembro, uma das principais competições nacionais terá início: as Paralimpíadas Universitárias 2021.

A competição acontece entre os dias 16 e 19, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), tem como objetivo “estimular a participação dos estudantes universitários com deficiência física, visual e intelectual em atividades esportivas de todas as Instituições de Ensino Superior (IES) do território nacional, promovendo ampla mobilização em torno do esporte”, segundo o regulamento da competição.

Os Jogos poderão contar com atletas de universidades dos 27 estados brasileiros mais o Distrito Federal, além de alunos de instituições estrangeiras, distribuídos em sete modalidades: atletismo, basquete 3×3, bocha, judô, natação, parabadminton e tênis de mesa. 

Por conta da pandemia do coronavírus, a edição de 2020 precisou ser cancelada, retornando neste ano com um forte protocolo sanitário foi organizado pelo CPB contra a COVID-19, exigindo, por exemplo, exame PCR negativo feito até 72 horas antes da competição para aqueles que não tomaram as duas doses ou a dose única da vacina.

Histórico e importância do paradesporto universitário 

As Paralimpíadas Universitárias são uma continuidade da já tradicional Paralimpíadas Escolares, competição que acontece desde 2009 e abrange adolescentes de 12 a 17 anos para participar das modalidades. A competição universitária tem como idade mínima os 17 anos, porém não possui idade máxima. A única condição é a de estar matriculado em uma Instituição de Ensino Superior reconhecida pelo Ministério da Educação.

O universitário, além de ter um papel fundamental na passagem entre o paradesporto escolar e o de alto rendimento, é importante também como uma nova forma de entrada e de treinamento dos atletas para as grandes competições. Na Paralimpíada de Tóquio, 13 foram os atletas que participaram das Universitárias nos últimos anos, incluindo as medalhistas de bronze Beatriz Borges Carneiro e Sylvana Fernandes, na natação e no parataekwondo, respectivamente.

Edenílson Floriani, que esteve em Tóquio e conquistou o sexto lugar no lançamento de dardo F64 e o sétimo no arremesso de peso F63, ressalta a importância da competição para o ciclo paralímpico: “Foram boas como preparação para o resto da temporada. O Comitê Paralímpico Brasileiro vem apoiando muito o esporte universitário, como forma de desenvolver ainda mais o esporte paralímpico no país”. Na competição, Edenílson já conquistou o ouro no dardo, no peso e, também, no lançamento de disco.

Edenílson Floriani treinando para o lançamento de dardo em Tóquio. Foto: Wander Roberto/CPB

 

A primeira edição dos Jogos Universitários Paralímpicos aconteceu em 2016, com a adesão de 154 atletas de 18 unidades federativas. Em 2019, ano da última edição, o evento contou com a presença de 382 atletas de 21 estados mais o DF.

Arte: Ana Paula Alves. Ícones: Freepik/Flaticon

 

Diferentemente das Paralimpíadas, em que cada país é representado por suas delegações, no universitário o quadro de medalhas é contabilizado a partir das faculdades originárias dos atletas, não pelo estado em que a instituição está localizada. Em 2018 e 2019, os vencedores foram, respectivamente, o Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, e a Universidade Paulista (Unip), de São Paulo.

“Para mim está sendo importante [a relação entre o universitário e o esporte], pois faço Educação Física. Tudo o que aprendo em sala, levo para os meus treinos, e o que aprendo no treino, levo para a sala de aula. Isso possibilita um melhor aprendizado”, explica Edenilson, que participou das Paralimpíadas Universitárias nas últimas duas edições defendendo a UniSociesc, de Santa Catarina.

Além da organização feita pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, o evento conta com a participação da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) e do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Especial do Esporte, com apoio do Governo do Estado de São Paulo e do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF).