O multiverso do Jornal do Campus

 

por Maria Clara Abaurre

 

Arte: Marina Bittencourt   Imagens: freepik/pngtree/shutterstock

 

Você se lembra do último “apagão” das redes? Bom, não há mais como negar o enorme impacto da tecnologia nas nossas vidas pessoais e as transformações que ela provocou no convívio social. Nesse quesito, as redes sociais ocupam um espaço cada vez mais central na vida do ser humano conectado e mudam constantemente, seja pela criação de novos espaços e modelos, seja por preferências distintas entre cada geração que ocupa esses espaços virtuais.

Se antes o Facebook era a rede onde todos se encontravam e virtualmente atualizavam suas conquistas, empregos, relacionamentos e status, hoje a rede social é considerada ultrapassada pelos mais jovens. Sem falar em todos os escândalos envolvendo seu nome.

Fato é que as redes sociais, criadas e pensadas para um objetivo específico, se misturam e se transformam com uma rapidez impressionante. Se você não estiver nelas, é como se nem existisse.

O WhatsApp concentra sua família, amigos e grupos de trabalho – é impossível viver no mundo do home office sem ele. É lá que os barracos acontecem e as demandas chegam na segunda-feira de manhã. 

Mas para ser um profissional bem-sucedido, você precisa mesmo é divulgar seu trabalho no Instagram. Vídeos explicativos, posts carrossel, dancinhas, pelo menos uma aparição nos stories por dia e uma breve descrição do seu currículo na bio. Se comportar como blogueiro é o novo curriculum vitae.

No LinkedIn, aqueles que têm sorte de estarem empregados, sofrem sério risco de sofrer com a positividade tóxica da rede em que todos os desafios são na verdade oportunidades e onde todos os chefes realmente se preocupam com o bem estar de seus funcionários. A regra, em geral, é simples: falar sobre o que não entende e compartilhar cases “inspiradores”… Ah, sem jamais se esquecer dos termos em inglês.

Para os não tão sortudos – ou será que eles só não são disruptivos? –, desempregados e descrentes da plataforma de negócios, a rede, cuja imagem é a mais bem cuidada de todo o reino virtual, tornou-se quase uma plataforma de relacionamentos online. Tinder quem?

Se você não está no TikTok, com certeza é um millennial ultrapassado, por fora das tendências, challenges e perdendo a oportunidade de fazer seu negócio ou perfil pessoal viralizar. 

E Mark Zuckerberg ainda vem com essa história de metaverso – uma espécie de universo virtual 3D, cuja ideia é a interação na internet como se estivéssemos realmente “dentro” dela, onde as pessoas poderão trabalhar, comprar e, claro, se conectar. Mas não é isso que a gente já está fazendo, presos dentro de casa ou retomando os hábitos pré-pandêmicos, vivendo num mundo das redes sociais?

Aos comunicadores por formação resta a constante missão de se atualizar. Os jornalistas, nesse não tão novo universo, precisam estar cada vez mais presentes e comprometidos com a verdade, produzindo conteúdos atraentes para manter seu público informado sobre o que acontece no mundo para além das redes. 

Nós, alunos do segundo ano de jornalismo e responsáveis por este jornal, seguimos tratando assuntos de interesse público em diversos formatos. Transitando pelos variados universos que permeiam a Universidade, buscamos uma conexão cada vez mais real e sincera com nosso público. 

Nesta edição, abordamos as eleições para a reitoria, a segurança e o assédio nos campi da USP, a reta final da CPI da pandemia, os 70 anos da Bienal de São Paulo, além de e-sports e da repatriação de fósseis ao Brasil. Contamos também com a análise da edição anterior por nosso ombudsman, Diogo Magri.

Ah, já ia me esquecendo, não deixe de nos seguir nas redes sociais! Afinal, o campus se mudou para o mundo virtual, e nós também.