Entre atrasos e atrativos

Por Julia Magalhães e Ricardo Thomé:

[Foto: Danilo Queiroz]

A Cidade Universitária possui cerca de 3,7 milhões de metros quadrados e nela transitam, em média, 100 mil pessoas por dia. Para que essa locomoção ocorra, os circulares, ônibus municipais cujo trajeto se dá dentro da USP e se estende até a estação Butantã do metrô, são essenciais. Além deles e de ônibus de linhas convencionais, já foram projetadas outras formas de transporte público dentro da Cidade Universitária. Desde os anos 90, houve discussões acerca da implementação de uma estação de metrô na campus, proposta que ainda resiste com a possibilidade da Linha-22 Marrom. A edição 536 do Jornal do Campus busca explorar as alternativas de transporte e o descaso com os circulares, principais responsáveis pela mobilidade dentro da USP. O JC entrevistou a prefeita do campus, Raquel Rolnik, a fim de trazer uma melhor compreensão sobre o transporte público dentro e fora da universidade. 

Esta edição também buscou entender para onde estão indo as verbas do planejamento orçamentário – e expor as decisões da Universidade no que diz respeito à contratação dos professores, cuja falta resulta muitas vezes no atraso da formatura de estudantes de diversos cursos. A demora nas reformas do Crusp e a entrada de um segurança armado e despreparado na FFLCH foram outros exemplos de pontos de atenção tratados pelos repórteres. Mas as questões institucionais não são as únicas que têm contribuído para uma certa percepção de abandono, como podemos perceber pela crônica sobre os cachorros da Cidade Universitária. 

Embora existam essas dificuldades, a Universidade ainda consegue abrir portas por meio de atividades culturais e pelo processo de internacionalização, como o intercâmbio de estudantes e de professores. Além disso, forma profissionais qualificados como Indianara Ramires, a primeira indígena mestre da USP, e atletas que alcançaram a elite do esporte. 

Mesmo que sejam motivo de orgulho, os resultados positivos não apagam os problemas que os estudantes, docentes e funcionários enfrentam diariamente. A comunidade mostra que a USP tem capacidade de atingir o seu potencial completo com maior incentivo. O que mais é preciso para tê-lo?