Proibição a alunos da Aplicação no Cepeusp gera mal-estar entre unidades

A restrição ocorreu entre os dias 1 e 18 de março por “atitudes indisciplinares”; pais, alunos e professores divergem se suspensão foi sanção mais adequada

por Camilly Rosaboni e Tulio Gonzaga

Portão do Cepe que dá acesso à Escola de Aplicação

O comunicado foi enviado via e-mail aos pais, responsáveis e alunos com a descrição do caso: alguns estudantes  do ensino médio da Escola de Aplicação (EA) fizeram “uso indevido das quadras no contraturno escolar”. Questionada, a escola não entrou em detalhes, justificando que não pode ceder informações de alunos menores de idade. 

Apesar de pontual, a restrição às dependências do Centro de Práticas Esportivas (Cepe) foi aplicada a todos os alunos da EA, porque, de acordo com a escola, os envolvidos demoraram para se identificar. Muitos pais retornaram a mensagem reclamando da suspensão, assim como o Grêmio da Escola e alguns professores. Já outros concordaram. “Precisávamos de uma pausa para entender o que estava acontecendo”, explica Lindiane Moretti, vice-diretora da EA.

Foram realizadas, então, reuniões entre EA e Cepe, que ocasionaram tanto a suspensão quanto sua posterior retirada. Lindiane ressalta que a consequência aplicada aos estudantes poderia ser revisada. “Quando estão juntos, os alunos brincam, riem alto, mas não por maldade. Talvez toda a Universidade precise aprender a lidar com eles, sem ser permissivo”, afirma. Para a vice-diretora, a melhor forma de educá-los é passar de sala em sala, instruindo sobre a boa utilização do espaço público, conforme é feito na Escola.

Em resposta ao episódio, o Grêmio Estudantil da EA elaborou uma carta de retratação e de resolução do problema, enfatizando a reparação de danos e reafirmando o compromisso de toda a escola em cuidar dos espaços e das relações interpessoais. 

Para o Jornal do Campus, a agremiação declarou que tem trabalhado na conscientização dos alunos sobre o uso do espaço e o respeito aos funcionários do Cepe. “Reconquistar o espaço foi um trabalho dos estudantes feito a partir do diálogo. A direção teve um papel muito importante para ajudar a retomar esse uso”, comunicou o Grêmio, em nota.

A reportagem tentou contato com o Cepe nos dias 12, 13, 14 e 21 de março, via e-mail e presencialmente, mas o centro não quis comentar o assunto.