Insatisfação dos trabalhadores com projeto de carreira leva a modificações na proposta

Na última reunião do Conselho Universitário (CO), ocorrida no dia 12 de novembro, o reitor Carlos Carlotti apresentou mudanças nos pedidos de recurso no processo de progressão de carreira para funcionários da Universidade. A declaração ocorreu após ato organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) em frente ao prédio da Reitoria, no dia 6 de novembro.
As mobilizações criticam o modo como tem sido implementado o novo plano de carreira dos servidores Técnico-Administrativos, cuja execução acontece desde agosto deste ano. Essa medida possibilita que os funcionários de nível médio, como técnicos de enfermagem, de laboratório, de farmácia e administrativos, concorram a aumento salarial e à ocupação de posições de liderança em seus setores. Historicamente, este era um percurso desestruturado e definido individualmente por cada instituto.
“As funcionárias eleitas como representantes do Setor de Carreira não participaram da discussão”
Rosane Meire, dirigente do Sintusp
O novo plano é composto por duas fases: um ciclo de gestão de desempenho, finalizado no final de setembro, e a progressão em si, em andamento até 13 de dezembro. Desde o primeiro, servidores já vinham apresentando insatisfações quanto ao processo. Rosane Meire, dirigente do Sintusp, menciona muitas queixas em relação à etapa de avaliação das chefias. “A gente tem, no HU, uma unidade em que 12 funcionários se sentiram prejudicados, e pela mesma chefia”, conta. “Uma má avaliação coletiva de 12 profissionais de um mesmo setor é muito grave. O fato de abrir o recurso dá o direito à pessoa, pelo menos, comprovar que houve perseguição”. Ela ressalta ainda a dificuldade de alguns servidores em submeter os formulários exigidos, devido às barreiras de acesso à internet e a dispositivos adequados.
A falta de representação dos funcionários durante a implementação do projeto também revoltou os sindicalistas. “Nós temos três funcionárias eleitas como representantes do Setor de Carreira da USP. Elas não tiveram nenhuma parte no processo de discussão”, relata Rosane. A Reitoria empossou as representantes somente um ano após a eleição, quando o plano de carreira já estava em curso.
Segundo as declarações do reitor Carlotti no CO, será instituído novo período de recurso para os servidores que não atenderam aos critérios estabelecidos pela Portaria nº 8607, cujos casos devem ser analisados até janeiro. Também puderam recorrer, no intervalo indicado, aqueles considerados inaptos pela chefia para pleitear a progressão