A pesquisa do Jornal do Campus mapeou as intenções de votos também entre cada categoria da Universidade.
O prefeito Gilberto Kassab lidera entre os alunos (18,1%) e funcionários (16,4%), mas cai para terceiro lugar no levantamento com os professores. Nesse segmento, Marta está em primeiro, com 24,2%, seguida por Alckmin com 23,3%.
Rogério Arantes, professor do departamento de Ciência Política da FFLCH, afirma que existe rejeição dos professores em relação ao DEM, originário da antiga Arena – partido que apoiava o regime militar – e desconfiança do candidato. Quanto à proximidade de resultados entre Marta e Alckmin, ele diz que há uma divisão histórica na Universidade entre PT e PSDB. “A USP nunca foi um bloco homogêneo”, ressalta.
Os alunos representam cerca de 81% da comunidade da Cidade Universitária. Nessa categoria, Soninha teve desempenho melhor do que na cidade de São Paulo e alcançou 9,4% das intenções de voto. Esse resultado, diz Arantes, se deve ao perfil da candidata, que possui maior identificação com o público jovem, com o qual é capaz de dialogar. Ivan Valente é outro candidato que obteve considerável desempenho, com 7,4%.
O melhor resultado do prefeiturável está na FFLCH, com 16,3%. O cientista político acredita que esse desempenho se deve à autocrítica que o candidato faz da esquerda. Ele diz que a saída dos dois candidatos do PT por razões éticas os beneficia dentro da Universidade.
Já para os funcionários, a preferência dividida entre Kassab e Marta é explícita. O alto índice da candidata petista condiz com o fato de o perfil dos funcionários da USP, de menor escolaridade e renda que alunos e professores, ser semelhante ao dos eleitores da ex-prefeita no município, segundo Arantes.
