Cinco anos depois de sua idealização, o futuro Laboratório de Geocronologia do Instituto de Geociências (IGc) da USP está em obras, com previsão de conclusão para o segundo semestre.
O prédio, que devido à burocracia teve seu desenvolvimento interrompido algumas vezes, é o primeiro do gênero da América Latina e será um pólo de atração de pesquisadores.
Iniciado em 2003, com a captação de verba para a compra do equipamento, o projeto passou por diversos órgãos públicos até ter a licitação aprovada em 2005. Antes, porém, a construção foi retardada em mais um ano por uma licença da Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, necessária para o transplante de quatro árvores que estavam no local.
Concluído o processo de licitação, as obras foram iniciadas no segundo semestre de 2008. “Quando se faz todo o necessário para realizar uma construção dentro do sistema público, já é de se esperar certo prolongamento do processo” diz o diretor do IGc, Colombo Celso Gaeta Tassinari. “Apesar de não haver prejuízo financeiro devido ao atraso, há o prejuízo científico, pois pretendíamos iniciar as pesquisas no início deste ano.”, completa Tassinari
Único na América Latina
O Laboratório de Geocronologia será o primeiro da América Latina, e um dos onze no mundo com a tecnologia da Microssonda Iônica de Alta Resolução, capaz de realizar análises químicas isotópicas de alta precisão.
O equipamento, adquirido em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Petrobras, custou US$ 4 milhões e chegou ao IGc há três meses. “O laboratório atrairá pesquisadores de diversas partes do Brasil e da América Latina” diz Colombo.
Além dos pesquisadores, estudantes de iniciação científica e de pós-graduação também usarão as novas instalações. “Os alunos de graduação vão visitar o laboratório como parte da disciplina de Geocronologia, mas não poderão utilizar o equipamento, pois para isso é necessário treinamento prévio.”, explica o professor.