Incluindo o caso da gripe causada pelo vírus A (H1N1), por três vezes nesta década o mundo foi surpreendido pela iminência de uma epidemia. A SARS (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2003, foi o primeiro alerta para a possibilidade de uma pandemia, segundo a professora Maria Lucia Rácz.
A SARS consistia em uma infecção severa que afetava o sistema respiratório e, assim como a gripe suína, era causada por um vírus. As semelhanças param por aí. “A gripe suína é mais contagiosa. O paciente pode transmitir o vírus antes da doença aparecer, tornando mais difícil controlar a disseminação”, diz Maria Lucia.
Contudo, segundo a pesquisadora Charlotte Harsi, não ficou claramente comprovado se a SARS era transmissível entre pessoas. “A disseminação não foi grande, como no caso da gripe suína, e a doença ficou restrita a uma região muito menor”, explica. Casos da doença foram observados na Europa e na Ásia.
Dois anos depois dos surtos de SARS, vieram os casos da gripe aviária. Também causada por um vírus, do tipo influenza, a doença era típica de aves. Entretanto, combinações de fragmentos do vírus aviário com os de outros vírus originaram o microorganismo H5N1, com capacidade de “saltar” para humanos.
“A diferença entre as gripes aviária e suína é que o H5N1 era transmitido apenas de aves para pessoas. No caso do vírus A (H1N1), a transmissão de entre pessoas já foi observada”, afirma Charlotte.