As reitorias da USP, da Unicamp e da Unesp reuniram-se com o deputado estadual Edson Giriboni (PV) no dia sete de abril para discutir a viabilidade do projeto de lei que pretende unificar os vestibulares dessas instituições. O deputado se comprometeu a suspender a tramitação do projeto no Legislativo paulista até que o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) apresente um estudo, que deve ser concluído em 60 dias. As instituições não haviam sido consultadas até o momento.
Marcelo Knobel, pró-reitor de Graduação da Unicamp, universidade que responde pelo Cruesp, afirma não ter sido consultado sobre a proposta, apesar de a discussão envolver toda a universidade. Segundo ele, antes da conclusão do relatório, não se pode falar em benefícios ou prejuízos para a Unicamp, embora o projeto não contemple os diferentes perfis de alunos buscados pelas universidades e a logística de realização da prova.
O coordenador da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), Renato Pedrosa, diz se preocupar com a forma do projeto, “pois ele não leva em conta as especificidades de cada instituição. Espero que as universidades sejam ouvidas antes da aprovação da lei”, afirma.
Acesso à universidade
A justificativa do projeto é incluir estudantes sem condições financeiras para pagar as inscrições. Atualmente, as três universidades isentam da taxa os candidatos de baixa renda egressos do Ensino Médio da rede pública. Números indicam, no entanto, que a procura por esse benefício caiu significativamente nos últimos anos nas três universidades.
Para Pedrosa, a queda da procura é resultado da diminuição do número de alunos formados no Ensino Médio e da criação do Prouni, programa que oferece bolsas de estudo em faculdades particulares a alunos da rede pública. “O gargalo é anterior à Universidade, porque se mais gente de baixa renda se candidatasse, haveria mais gente aprovada.”