O programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI), da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), chega ao seu 17º ano. Segundo dados da Pró-Reitoria, em 2009 houve 9.627 inscritos, um número mais de 11 vezes maior que no primeiro ano do projeto.
Três formas de participação são oferecidas: as disciplinas regulares, as atividades didático-culturais e as atividades físico-esportivas. Estar inscrito em mais de uma atividade é permitido.
É o que acontece com Wanda Borgneth, de 84 anos. Ela participa do Coral da Terceira Idade, atividade oferecida pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), e do curso Dança Espontânea, da Escola Politécnica (Poli). Deste último Wanda participa há mais de 14 anos: “Tenho muitas amigas e a aula nos ajuda a enfrentar as coisas ruins que a vida nos apresenta”. O professor responsável pelo curso, Sérgio Médici de Eston, do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo da Poli, afirma que a melhora na preparação física dos idosos é evidente. “Sem falar na melhora da auto-estima. Todos percebem que podem dançar qualquer tipo de música e a timidez acaba sendo trabalhada”, declara.
Não só no campo emocional se dá o ganho de quem participa de alguma atividade. De acordo com o professor Bruno Gualano, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), o envelhe-cimento está associado com perdas de funções importantes, que podem levar ao desenvolvimento de doenças crônicas. “O programa, uma vez que traz o idoso de volta a uma vida mais ativa, ajuda a prevenir a perda das capacidades física e cognitiva, o que contribui para uma melhora geral em sua saúde”, explica.
Para a psicóloga Ecléa Bosi, professora do Instituto de Psicologia (IP) e membro do Conselho Consultivo do UATI, o ganho psicológico se dá pela oportunidade que o idoso tem em sair da passividade e passar a conviver com as transformações da cidade. “São Paulo é uma cidade muito adversa ao idoso. Sair de casa e vir para a universidade já é um ganho”.
Divulgação
Segundo a PRCEU, a divulgação do programa à comunidade se dá através de catálogos, pela internet e oralmente entre os participantes. Entretanto, segundo alguns professores, a divulgação poderia ser mais eficiente, já que há espaço para mais participantes.
A professora Úrsula Maria Lanfer, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), trabalha ministrando palestras sobre alimentação há três anos, mas acredita que a divulgação não está sendo boa. “A procura é pequena, pois as palestras não chegam ao público”. A última palestra que ministraria, no início de setembro, não teve nenhum inscrito. “Quem vem gosta, mas o público precisa saber do evento”, conclui.