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Ao que parece não são só as condições de infraestrutura e de vivencia na USP que estão precárias, como apontam as matérias que falam da superlotação nos circulares, a falta de prédios e laboratórios no Campus Pirassununga, a precariedade do prédio que abriga a Faculdade de Direito no Largo São Francisco, o mau cheiro e os insetos que incomodam a Escola de Educação Física e Esporte, ou ainda as goteiras no CEPE. Não é só o descaso com as condições materiais, a gestão da universidade também deixa muito a desejar, e o grande conflito é a falta de democracia, expressa tanto na matéria sobre a escolha do diretor da faculdade de medicina, quanto do ato do DCE em defesa dos “72 da USP”. O artigo sobre o PIMESP entra também nesta chave que trata da democratização do acesso à universidade pública. O caminho apontado para superar estes problemas é político: criar um processo constituinte que inclua alunos, professores e funcionários para desenhar uma nova forma de gestão, mais democrática e inclusiva, desta que é a mais importante universidade pública do país. Mas não há propriamente uma defesa destas reformas, ainda que sejam bandeiras existentes há muito tempo.
Outro ponto forte desta edição é a discussão sobre os direitos humanos, que tem como gancho o tema do pastor Feliciano, alçado por conveniências políticas à condição de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, e sua postura contra o aborto, a criminalização da homossexualidade, defendendo enfim uma visão fundamentalista do mundo. A escolha do tema e a postura critica sobre sua atuação é muito feliz, mas quando se trata de abordar temas nacionais gostaria de sugerir que os problemas apontados fossem resgatados a partir do ambiente da própria convivência universitária. Neste caso, dando voz, por exemplo, aos homossexuais ou às mulheres que estão na USP, que são estudantes e funcionarias, ou a suas entidades representativas e grupos organizados, para que se expressem sobre o tema. Aliás, de uma maneira geral o Jornal do Campus está buscando muito mais a opinião dos professores que a de outros integrantes da vida universitária, creio que é preciso ampliar este leque de opiniões, como foi feito no artigo sobre cultura que aborda Cidade Tiradentes e o Bixiga.