Planejamento de segurança e de proteção dos espaços já é uma realidade em diversas universidades brasileiras, como a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que têm processos de mapeamentos urbanísticos e de infraestrutura. Na USP de São Carlos já existe uma discussão e reivindicação da comunidade por um projeto semelhante, reforçada após uma série de ocorrências em relação à proteção e violência. Mapeamentos já estão sendo realizados nos campi, mas representantes discentes reclamam da demora nos processos e também das poucas formas de participação dos estudantes.
Um dos mapeamentos é preliminar análise de riscos, e foi motivado a partir do assalto ao estudante Lucas Wiechmann, que foi esfaqueado próximo ao alojamento A, no dia 19 de abril. No documento da última reunião ordinária do Conselho Gestor, realizado no dia 25 de abril, fornecido pelo estudante Diogo Fogaça, representante discente no Conselho, está assinalado que “ficou acordado a realização de um mapeamento preliminar de risco no campus 1, no campus 2, no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) e no Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (CRHEA), o qual já está em andamento. De posse dessa análise, novas reuniões serão agendadas posteriormente”.
Na mesma ocasião também foi decidida a realização de um mapeamento arbóreo, e será realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A ação foi originada depois do acidente que matou a universitária Tamires Brito, atingida com um galho de árvore em março, porém ainda não foi iniciado. O prazo de execução do processo é de 60 dias a partir da assinatura do convênio.
Segundo o assessor da USP de São Carlos Edmilson Luchesi, “toda a comunidade do Campus pode colaborar comunicando a Guarda Universitária sobre qualquer suspeita. O tema ‘Gestão de Preservação do Meio Ambiente’ será discutido em setembro, dentro do projeto de reuniões temáticas promovido pelo Conselho Gestor do Campus. Essas reuniões são abertas a comunidade e visam discutir e colher elementos para as deliberações de todos”.
A segurança e iluminação do campus já são pautas antigas dos estudantes, que desde o ano passado apontam locais próximos ao campus que oferecem riscos e têm repassado as informações aos professores. Para Fogaça, há demora na execução nestes mapeamentos, principalmente o de segurança.
O presidente do Centro Acadêmico Armando Salles Oliveira (Caaso), Rafael Ferrer, entende que falta espaços de participação dos alunos nas comissões de decisão no campus. “No fim do ano passado foi criada uma comissão de segurança permanente, que era uma reivindicação nossa, só que essa comissão não tem se reunido. Praticamente nada do que havia sido deliberado foi colocado em prática”, diz. E Ferrer complementa: “na reunião do Conselho Gestor não tem uma correlação de forças muito favorável, tem dois alunos para 16 professores”.