Alunos da Poli conquistam prêmio inédito

Orientada por um docente, equipe construiu carro de corrida que ganhou competição nacional de eficiência energética

A equipe Poli Racing, formada por alunos da Escola Politécnica (Poli), conquistou o prêmio inédito de melhor eficiência energética na Fórmula SAE Brasil. A competição, realizada anualmente, avalia o desempenho de carros de corrida projetados e construídos por alunos de Engenharia. Sob a orientação do professor Marcelo Alves, os politécnicos ainda obtiveram o 5º lugar na colocação geral de equipes.
A categoria leva em consideração dois fatores: o menor consumo de combustível no melhor tempo. A Poli Racing fez 10,23 km/L contra 5,64 km/L do segundo colocado. “Foi uma vitória inesperada”, comenta Mauro Moura, chefe de marketing da equipe. Andrei Ramalho, projetista de transmissão, completa: “Nosso objetivo era terminar a prova do enduro, que nós nunca tínhamos conseguido acabar. Só isso já foi uma grande vitória moral”.
O regulamento da competição exige que os carros corram somente uma vez, o que obriga a equipe a repensar o projeto anualmente. Para o ano que vem, as reuniões de planejamento já começaram e a meta é projetar o carro usando como base os resultados positivos desse ano. “O objetivo é melhorar a dirigibilidade, pois a gente acredita que ganharemos tempo deixando o carro mais fácil para pilotar do que investir em outras áreas”, diz.

R$ 55 mil foram gastos para a construção do carro de corrida. Foto: divulgação.
A equipe

Composta por 34 membros e um professor orientador, a Poli Racing tem membros de diversas áreas da Engenharia. O custo total do projeto é de 55 mil reais. Segundo Andrei, a equipe recebe apoio financeiro da Comissão de Graduação e do patrocínio de 36 empresas. Ele ressalta: “Não sofremos de falta de verba, mas ela ainda limita algumas melhorias que gostaríamos que implementar”.
Um dos problemas enfrentados é a infraestrutura. “Não temos onde treinar e o uso de máquinas ainda é um pouco restrito”, diz Andrei. Mauro completa que há dificuldade de fazer uma equipe permanente com a manutenção do conhecimento, pois muitos deixam a equipe após dois anos.
Apesar disso, Mauro ressalta que o aprendizado na equipe é muito grande: “Temos contato com o pessoal mais velho, e aprendemos conceitos antes da aula. Isso ajuda muito depois”.
O professor Marcelo Alves concorda. “Essas atividades modificam o aluno, pois incentiva-o a buscar algo na sua área de interesse”. Segundo o orientador, além de desenvolver nos estudantes a iniciativa própria, participar de grupos como a Poli Racing é um diferencial para o mercado de trabalho. “Alunos assim são o tipo de profissional que as empresas buscam”, finaliza.