Comunidade EACH protesta por solução

Sem perspectiva de volta às aulas, alunos, professores e funcionários se reúniram em ato no campus Butantã
Foto: Luiza Fernandes
Foto: Luiza Fernandes

A Reitoria da USP adiou pela segunda vez o início das atividades do semestre da EACH. Com a não liberação do campus por parte do Ministério Público Estadual (MPE), o início das aulas foi remarcado para começar dia 24 de março, ainda sem local definido. Os membros da Escola, entretanto, compareceram ao campus do Butantã onde fizeram reinvindicações durante o dia.
Assembléia Geral da unidade ocorreu no auditório da História, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e reuniu professores, alunos e funcionários. A plenária decidiu que as propostas levantadas serão discutidas em assembléias setoriais e serão posteriormente votadas em uma próxima Assembléia Geral, que ocorrerá dia 17 de março, próxima segunda-feira.
Para Adriana Tufaire, professora de Ciências da Natureza, Gestão Ambiental, a assembléia mostrou há divergências na maneira de como pressionar a USP para a recuperação do Campus Leste. “Tem gente que acha que tem que pressionar estando lá dentro e tem gente, como eu, por exemplo, que acredita que tem que pressionar do lado de fora, porque a interdição é uma forma de pressão na reitoria”, disse.Para Paulo Borges, Presidente do Centro Acadêmico Mario Schenberg e também Representante Discente do Curso de Ciências da Natureza, a demora em agir contribui para a divisão de posicionamentos. “Daqui a pouco a gente está completando um ano que está nessa situação. O que vemos é que o pessoal começa a se dividir. Naturalmente, ninguém aguenta mais. Tem gente que até aceita voltar lá hoje, do jeito que está, contaminado mesmo, pois prefere arriscar do que ficar parado.”
Convocado pelo Facebook, o ato “EACH volta às aulas na Reitoria” conseguiu reunir, segundo os organizadores, cerca de 600 pessoas. A intenção principal foi reativar o movimento que se enfraqueceu durante as férias. “O principal foco é que se consiga um lugar para que a gente possa voltar”, diz Paulo. Um grande ponto de indignação da comunidade EACH é que não houve procura efetiva por outra área. “A reitoria protela um plano B [lugar temporário]. É mais fácil trabalhar em cima da desinterdição [mesmo com os problemas ambietais]”, acredita Bia Michelle, estudante de Sistema de Informação e uma das organizadoras do ato. “O plano B é um pedido da juíza e é algo que estamos pautando”, completa Adriana. “A gente tem a sensação de que a reitoria está apenas trabalhando no plano jurídico para desinterditar [o campus leste]”.
O ato teve fim na Tenda Ortega Y Gasset, onde aconteceu uma aula pública, que contou com a participação de Maria Carlotto, doutoranda da USP que estuda a história da Universidade, Alexandre Piero, aluno da primeira turma de Gestão de Políticas Públicas e Alberto Tufaile, professor doutor que dá aulas no Campus Leste desde sua fundação. Maria traçou um breve histórico da Universidade de São Paulo, fazendo um paralelo com a situação de interdição, ao passo que Piero e Tufaile ressaltaram a proposta inovadora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, a única da USP que não é departamental.