Grupo assalta caixas eletrônicos na Reitoria

Criminosos que renderam seguranças vestiram roupas semelhantes a uniformes e usaram maçarico em três aparelhos

Um segurança do prédio da Administração Central — antiga Reitoria da USP — foi rendido por ladrões e preso na cozinha junto a outros quatro colegas, na madrugada de 22 para 23 de fevereiro. A intenção dos bandidos, que usavam roupas parecidas com as dos vigilantes terceirizados do prédio, era roubar dinheiro de caixas eletrônicos do térreo e primeiro andar do local. Três aparelhos foram violados e a quantia roubada não foi divulgada.
A ação pode ter sido facilitada pelo não funcionamento de algumas câmeras no edifício, que abriga caixas eletrônicos e agências bancárias. O Circuito Fechado de Câmeras não havia sido totalmente restabelecido desde a reintegração de posse do local, em novembro de 2013. Agora, a Superintendência de Segurança promete avaliar a atuação da segurança própria e da Polícia Militar em todo o campus.
O supervisor administrativo da empresa Evik, que presta serviço de segurança aos campi de São Paulo, Wanderlei Magalhães, afirma que a roupa usada pelos assaltantes era semelhante ao uniforme dos vigilantes, o que confundiu a vítima rendida durante seu turno. Os seguranças que tiveram mãos e pés amarrados enquanto os criminosos violavam os caixas eletrônicos voltaram ao trabalho logo na semana em que o crime ocorreu, cumprindo seus turnos normalmente. “Estão no mesmo local, por enquanto. Se houver algum risco para eles ficarem lá, iremos tirar”, esclarece Magalhães. Além da investigação feita pela Polícia Civil, a empresa está apurando se as condições do momento do assalto eram devidas. “Nós estamos investigando internamente os procedimentos, porque temos um contrato com a USP”, finaliza.
No prédio da antiga reitoria, dois dos caixas eletrônicos abertos por maçarico pertenciam ao Banco Santander, no primeiro andar, e o outro era do Banco do Brasil, no térreo. Segundo Magalhães, o local onde estes últimos se encontravam é provido de câmeras de segurança do próprio banco, que já enviou imagens para a polícia, a fim de apurar as circunstâncias do crime e identificar os criminosos envolvidos.

Tipo comum de crime

O caso não foi o primeiro assalto a caixas eletrônicos que ocorreu em áreas da universidade. No mesmo dia do ocorrido na antiga reitoria, um grupo de ladrões explodiu caixas de uma agência bancária no campus de Ribeirão Preto, mas não fez vítimas. Já em maio de 2013, cerca de 30 seguranças do campus da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) foram rendidos em um assalto a dois caixas eletrônicos.
Como uma providência tomada em decorrência do crime, a Superintendência de Segurança está se empenhando em restabelecer o circuito de câmeras do prédio. Segundo o órgão, este foi danificado durante a ocupação do local por estudantes, ocorrida no segundo semestre de 2013. Além de tentar entender as circunstâncias da segurança do edifício, a Superintendência avaliará a estratégia de segurança do campus como um todo, tanto em relação aos vigilantes terceirizados pela universidade, quanto ao reforço oferecido pela Polícia Militar.
Quando questionado se há alto número de demissões e admissões entre os vigilantes, o representante da Evik é incisivo ao responder que não, e completa “a rotatividade é interna. Hoje eu estou aqui nesta portaria, amanhã estou em outra”. Apenas para a segurança dos campi da USP na capital, a empresa conta com quase 700 vigias, estima ele.