A Raia Olímpica e o CEPEUSP servirão de preparação para atletas do atletismo e canoagem
Estamos há seis meses do evento esportivo mais importante do mundo e a Universidade de São Paulo já garantiu sua participação nos Jogos Olímpicos. A partir do programa USP nos Jogos Olímpicos e nos Jogos Paralimpicos de 2016, criado em 2014 na administração do ex-reitor João Grandino Rodas, a cidade universitária receberá as equipes francesa e italiana, que treinarão na pista de atletismo, e as equipe chinesa e russa utilizarão a Raia Olímpica.
Com o programa funcionando, o CEPEUSP e a Raia Olímpica foram colocados como candidatos a Locais de Treinamento Pré-Jogos aos comitês internacionais. O objetivo foi alcançado no início deste ano com a confirmação da vinda das federações entre os meses de julho e agosto. A ideia é ajudar na preparação e na climatização destes atletas que estão acostumados a condições muito diferentes.
O professor Carlos Bezerra, ex-diretor do CEPEUSP e responsável pela candidatura, acredita que a USP só tem a ganhar com este programa. “Nós temos equipamento esportivo e estrutura muito bons e independentemente se formos a favor a ou não dos jogos, pensamos em como contribuir, não diretamente com o evento, mas com a integração entre os atletas e alunos”. Ainda há algumas vagas de atletas para os jogos para serem confirmadas, mas a projeção é que a França trará 40 pessoas, Itália e Rússia 30, e China 20.
Como as delegações estarão na USP entre os dias 15 de julho e 17 de agosto, haverá um compartilhamento do espaço entre atletas e estudantes, que pode gerar possíveis conflitos entre treinos olímpicos e estudantis. Mesmo assim, Bezerra acredita que este compartilhamento pode dar muito mais do que poderá tirar destes alunos. “Prejudicar é uma palavra muito forte, afinal você terá ali francês campeão olímpico saltando que servirá de inspiração e exemplo para nossos estudantes. Na verdade, é um incentivo”.
Alguns detalhes desta estadia ainda estão sendo definidos, como a segurança e a cobertura de mídia. Mas já é possível projetar como será a realidade da universidade durantes este período. A Polícia Militar ganhará mais liberdade para atuar dentro da cidade universitária, assim como veículos de mídia interessados em cobrir os treinos. “Fomos procurados pelo Governo do Estado de São Paulo, que tem um projeto olímpico para o estado, para verificar quais seriam nossos procedimentos e ajudar nesta logística fornecendo a Polícia Militar. Provavelmente eles entrarão no CEPEUSP, mas isto ainda não está fechado”, explica Bezerra. “Não fizemos nenhum plano de mídia ainda, queremos lançar o programa olímpico para os alunos que será uma recepção aos atletas que virão. A imprensa poderá entrar, queremos fazer um plano de comunicação”, completa o professor.
Uma recepção deste porte requer uma preparação complexa que, de acordo com Bezerra, será montada por um grupo de funcionários da universidade, incluindo porteiros a professores. O grupo será responsável por organizar os programas de segurança e mídia citados pelo professor. A certeza que temos é que o ano de 2016 será muito diferente para a universidade, e a dúvida é qual será a resposta estudantil à estas mudanças.
Raia Olímpica pode receber comissões internacionais para a Paraolímpiada
A Raia Olímpica da USP hospeda um centro de treinamento de paracanoagem e para-remo que serve de refêrencia para todo o Brasil. Com o entusiasmo da realização das Paraolimpíadas em solo brasileiro, uma das garagens da Raia Olímpica foi adaptada para receber atletas do mundo inteiro.
Atualmente, atletas com projeção de medalha em 2016 treinam diariamente com os equipamentos, treinadores, médicos e nutricionistas do centro. Assim como nas modalidades olímpicas, a Raia candidatou-se para servir como um dos Locais de Treinamento Pré-Jogos Paraolímpicos. “Na Paraolimpíada ainda não confirmamos nenhum país, mas temos uma proposta de dois atletas da Argentina. Mas ainda há tempo, pois os Jogos Paraolímpicos ainda são menores e começarão um pouco depois”, comenta Bezerra.
Além de ser referência nos esportes, o centro ainda recebe alguns outros projetos em parceria com a Faculdade de Medicina da USP, como o Remo meu Rumo que, através do remo e da canoagem, promovem a reabilitação de crianças e adolescentes com deficiência física. “A raia se tornou um grande centro de treinamento de deficientes, tanto no para-remo e na paracanoagem”, destaca Bezerra.