Biblioteca do MAC é transferida para sede do Ibirapuera, que já abrigava as exposições
Pinturas, gravuras, instalações, fotografias, arte conceitual. São cerca de 10 mil obras que compõem o acervo do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, entre elas quadros de Kandinsky, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti. O museu, inicialmente instalado na Cidade Universitária, possui uma nova sede no Ibirapuera desde 2012 e essa já abriga a totalidade das exposições e parte da administração. No entanto, é neste mês que se inicia o processo de transferência da biblioteca e o museu definitivamente retira-se do espaço.
Segundo a Superintendência do Espaço Físico (SEF) da USP, a previsão de transferência das obras da biblioteca é entre 28 de março e 13 de abril, e para abrigá-las será construída uma instalação provisória no piso térreo da nova sede. A previsão de uma biblioteca definitiva com as reformas necessárias é para o final desse ano e até lá a biblioteca, que atualmente possui cerca de 12 mil exemplares, deve dobrar seu tamanho.
O MAC recebeu um acervo de documentos e livros do professor Walter Zanini (1925-2013), fundador e primeiro diretor do museu. O acervo, que foi doado em vida pelo artista, ainda não foi retirado da casa de sua família.
“Os livros estão aguardando o espaço ser construído”, afirma Cristina Freire, professora do MAC e pesquisadora da obra de Zanini. Há uma grande variedade nas obras doadas, desde livros de crítica de arte a documentos do artista, e Cristina tem a ideia deorganizar um Centro de Pesquisas Walter Zanini no MAC. “A doação é a vinda da biblioteca para cá, mas acho que pode ser o inicio da concretização de um centro de pesquisas estabelecido que tenha convergência de pesquisadores de vários lugares do Brasil e do mundo interessados nessa documentação e na figura de Zanini”, explica.
Acervo
A reserva técnica do museu, espaço físico destinado ao armazenamento do acervo, a princípio irá permanecer na antiga sede na Cidade Universitária. Há também obras maiores no Prédio da Bienal, emprestado ao MAC, que continuarão no local. A ideia é trazer o acervo para o prédio no Ibirapuera, mas ele precisará de uma reforma.
A nova sede, que antes abrigava o prédio do Detran, foi reformada ao custo de R$76 milhões pela Secretaria de Cultura do Estado para ser adaptada às funções do MAC. Paulo Roberto Amaral, chefe da divisão técnico-científica de acervo, afirma que o prédio foi contemplado com reservas e laboratórios para atender toda a transferência de obras que viriam do campus e da Bienal. No entanto, essas reservas foram entregues com falhas, como infiltrações e umidade. Além disso, faltam dispositivos de controle de umidade relativa do ar nas reservas técnicas.
“É preciso uma série de adaptações e a Superintendência do Espaço Físico da USP já está desenvolvendo projetos para sanar esses problemas”, explica Paulo Roberto. “Só quando eles conseguirem equacioná-los que conseguiremos trazer as reservas para cá. Mas por ora estão todas lá no campus e não vão ser mudadas”.
Enquanto o acervo não é transferido, Sérgio Miranda, assessor do museu, conta que durante as exposições as obras são transportadas do Butantã até a sede do Ibirapuera por veículos especiais climatizados e são trazidas novamente quando termina a exposição, não ficando em nenhum momento na reserva técnica do Ibirapuera.