Academia sem instrutor não é para qualquer usuário do Cepê

Aluno se exercita com trajes inadequados e sem supervisão (foto: Camila de Lira)
Aluno se exercita com trajes inadequados e sem supervisão (foto: Camila de Lira)

Vestindo calças jeans, Efraim dos Reis, de 25 anos, levanta determinado os pesos da sala de musculação do velódromo, no Cepeusp. A aparência franzina e a roupa inadequada denunciam sua falta de experiência com o exercício. Apesar de freqüentar a sala há mais de um ano, ele nunca se matriculou em um curso ou teve orientação de um instrutor. “Peguei umas dicas pela Internet”, diz.

Mesmo sendo uma exceção entre os usuários da sala, que normalmente já são tarimbados em musculação, o exemplo ilustra vários casos de pessoas que chegam à sala sem condições de se exercitarem com segurança. Além do risco de causar um acidente com os equipamentos, uma execução errada de movimento ou a falta de alongamento podem causar problemas que vão desde uma distensão muscular a diminuição da capacidade respiratória, como alerta o professor de educação física José Luiz Signorini. “Musculação exige método, sistematização e disciplina. Caso contrário, é melhor nem fazer”, diz.

Signorini recomenda que apenas as pessoas que fizeram um curso de musculação usem essa sala, opinião compartilhada com Paulo Prouvot, diretor técnico do Cepeusp. No entanto, ele lembra que atualmente é oferecida uma modalidade de atendimento em outra sala de musculação, de acesso mais restrito, no estádio de futebol, onde quem freqüenta a sala do velódromo pode tirar suas dúvidas. “Há um professor para consultoria, e os usuários utilizam os aparelhos com supervisão”.

Antes que alguém se aventure a fazer musculação, Signorini aconselha o exercício aeróbico. “O Coração e o pulmão são como o motor do nosso corpo. Cuidamos dele antes de nos preocuparmos com a carroceria”, compara.