Ficou muito famoso aquele conselho que a então ministra de Turismo deu aos passageiros durante a crise aérea de 2007. Não só o caos da aviação brasileira é digno de recomendações para relaxar, a fim de evitar o estresse desnecessário.
A professora Gislene Macedo, da Universidade Federal do Ceará e doutora em Psicologia pela USP, diz que, para não se desgastar nos engarrafamentos, é muito importante que sejam feitos exercícios de respiração. “Uma das coisas mais importantes da vida humana é a nossa capacidade de respirar. Quando fazemos isso de forma sistemática e correta aquietamos e percebemos melhor o que acontece à nossa volta”, conta.
A professora afirma que o trânsito afeta nossas vidas pois, ao nos deslocarmos, transitam expectativas, pensamentos, sensações e afetos. “No ambiente do trânsito, todos carregam consigo suas vivências humanas cotidianas e atribuem sentido a elas e, portanto, subjetivam o ir e vir”, relata a psicóloga.
Em decorrência disso, reagimos afetivamente aos acontecimentos próprios do tráfego. O ambiente público onde acontece o trânsito produz tensões constantes com as demandas privadas e individuais de cada um que se desloca pela cidade.
Geralmente, esse conflito de interesses entre indivíduo e coletivo no trânsito é capaz de produzir e revelar impasses de ordem social e política, uma vez que as formas de organizar e distribuir as prioridades de uso do espaço urbano e público também expressam as desigualdades sociais.