Diretores defendem legitimidade da reitora e condenam PM na USP

No último dia 15, 39 diretores de instituições de ensino e pesquisa da USP entregaram uma carta à reitoria manifestando apoio à Suely Vilela. Nela, os dirigentes posicionaram-se “em defesa da Universidade” e reiteram total apoio a reitora no desempenho de seu papel institucional, na implementação de princípios como o respeito aos direitos humanos e constitucionais e também às leis que regem a convivência num Estado democrático. No dia 18, a reitoria recebeu outra carta, com mais nove assinaturas.

Segundo Adriana Cruz, assessora de imprensa da Reitoria, o primeiro manifesto foi uma iniciativa de Emma Otta, diretora do Instituto de Psicologia (IP). Otta, junto a outros professores, convocou uma reunião, na qual foi redigido o texto. Após isso, professores que não compareceram à reunião assinaram o manifesto e aderiram ao movimento.

Para o ex-presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), Otaviano Helene, o texto desta carta é difícil de ser compreendido. “Põe em um mesmo panorama a violência da PM e ação dos piquetes de funcionários e alunos”. Helene acredita que essa manifestação de apoio à reitora pode intensificar ações contrárias à permanência de Suely.

Após a publicação da primeira carta, Sonia Penin, diretora da Faculdade de Educação, em comunicado oficial afirmou que “não é possível que atos violentos instalem-se em um espaço constituído para o pensamento e a reflexão” como é a Universidade. “A presença da PM no campus não se coaduna com as características do ambiente acadêmico”, diz ela.

A diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Sandra Nitrini, diz que é urgente reabrir o diálogo e permitir que os meios tradicionais da comunidade universitária de resolver conflitos se imponham sobre a força. Para ela, independentemente das causas que geraram o confronto, foi uma agressão física e moral.

Mauro Wilton de Souza, diretor da Escola de Comunicações e Artes, também não assinou o documento de apoio. No dia 17, a Congregação da Escola divulgou um documento pedindo que a diplomacia vença a força e violência e que a resolução dos conflitos se dê por meios democráticos.

No dia 18, os diretores dessas três faculdades, e seis de outros centros especializados assinaram uma segunda carta, no qual apóiam a reitora no desempenho de seu papel institucional, repudiam a permanência da PM no campus e clamam por diálogo e negociação entre os diferentes seguimentos da comunidade USP.