Entidades negociam acerto do gatilho

Pagamento garantido pelo judiciário será tema de reunião entre Adusp e reitoria

A Adusp (Associação dos Docentes da USP) e a Reitoria se reunirão no dia 22 ou 23 para acertar a o pagamento do gatilho salarial. Os professores haviam feito requerimentos de encontro em fevereiro e setembro para por fim ao problema que já se arrasta há anos, tendo sido atendidos somente agora. A associação acusa a Reitoria de protelar o pagamento da dívida, apesar de já terem ganhado a causa na justiça Aos beneficiários da causa é devido o valor do reajuste de 32,96% não feito em 1987 pelo então governador Orestes Quércia, mais juros e correção monetária.

De acordo com a professora Suzana Salem, responsável pelo caso, há uma lista de beneficiários com 3000 nomes em acordo entre as partes. A Reitoria alega, no entanto, que a Adusp deve fazer os cálculos dos valores a serem recebidos. Os docentes demandam, assim, os vencimentos individuais da época de cada beneficiado, o que, até agora, não receberam.

Infográfico: Puxando o gatilho (arte: Felipe Marques)

Outros problemas

A questão do gatilho não é o único problema na justiça entre Adusp e Reitoria. No início do ano, uma tentativa de reforma da carreira docente, votada em 4 de março pelo Conselho Universitário, foi congelada por mandado de segurança impetrado na justiça pela associação dos professores, crítica da proposta.

A mudança, aprovada em março, previa inserção de níveis horizontais na carreira, como doutor 1 e 2 e associado 1, 2 e 3, o que, de acordo com a Adusp, geraria produtivismo e competição. “Nós queremos a carreira mais simples possível”, disse João Zanetic, presidente da associação.

Outra questão colocada pela entidade é o envelhecimento do corpo de professores. “A média de idade dos docentes hoje está me torno de 56 anos. Somos a favor de a carreira iniciar antes do doutorado”, colocou Zanetic.