Obras não reabrem Farmusp

Reforma começou há mais de um ano; segundo Coesf, prédio já está deteriorado
Após restauração do prédio, única farmácia aberta a comunidade do campus continua fechada
Após restauração do prédio, única farmácia aberta a comunidade do campus continua fechada

A Farmácia Universitária (Farmusp), subordinada à Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, está fechada para reforma há mais de um ano. As obras faziam parte da restauração do espaço onde fica a farmácia, o Centro de Vivência, ocupado pelo DCE desde abril deste ano. Segundo a Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf), o projeto, que custou mais de 800 mil reais, foi concluído em novembro passado. Até hoje, no entanto, a Farmácia Universitária não foi reaberta.

“Me incomoda a possibilidade de não ter remédios básicos, como para febre e dor-de-cabeça”, diz Samarone Marino, que faz doutorado em Geografia na USP e mora no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp). Para ele, ”se o Estado abre mão dessa gestão pública [da Farmusp], nós nos tornamos reféns da indústria farmacêutica”.

Graziela Costa Bosio, mestranda em Ciências Farmacêuticas, mora no Crusp desde fevereiro deste ano, quando a Farmusp já estava fechada. Ela afirma que a farmácia “com certeza faz falta” e conta que precisa recorrer a drogarias fora do campus.
Público maciço

De acordo com Maria Aparecida Nicolleti, responsável técnica pela Farmusp, entre 400 e 450 pessoas passavam todos os dias pelo estabelecimento antes do fechamento. Esse número corresponde a, aproximadamente, 0,6% da população da Cidade Universitária (considerando-se alunos, docentes e funcionários, conforme dados do “USP em números” referentes a 2007).

Depois da colocação de tapumes no local, enquanto a Farmusp ainda estava aberta, a circulação média caiu para cerca de 200 pessoas por dia.

Futuro incerto

João Cyro André, coordenador da Coesf, disse ao Jornal do Campus que “somente os responsáveis pela Farmusp poderão dar informações precisas sobre o reinício de seu funcionamento”. Ele lamentou, no entanto, o estado de conservação do espaço, que, segundo ele, “já foi vandalizado e caminha aceleradamente para retornar ao seu estado de deterioração anterior”.

O Jornal do Campus procurou Silvia Regina Cavani Jorge Santos, chefe do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, que não respondeu até o fechamento desta edição.

Esse procedimento fere o inciso XXXIII do Art. 5º da Constituição brasileira, que assegura que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”

Desde a ocupação do Centro de Vivência pelo DCE, em abril, os serviços que funcionam no prédio estão paralisados. É o caso da livraria da Edusp. Segundo o DCE, essa questão deve ser discutida na próxima Assembleia Geral dos Estudantes, dia 1º.