Complexo não comporta equipes

Para treinar no Cepeusp não bastam materiais esportivos, técnico e time. É preciso também reservar o espaço de treino, tarefa cada vez mais difícil tanto para as atléticas, que fazem os pedidos de reservas, quanto para a diretoria do CEPE e a LAAUSP (Liga Atlética Acadêmica da USP), a quem cabe coordenar a praça esportiva do Campus. Uma conta simples justifica o problema: segundo levantamento da Liga, nos últimos dez anos as equipes da USP pularam de 100 para 153 — crescimento não acompanhado pelas dependências do complexo esportivo.

O jeito é fazer um rodízio entre os times e as quadras, campos e até mesmo raias da piscina, responsabilidade a cargo da LAAUSP. Pelo esquema, os treinamentos de cada grupo ocorrem em espaços e horários específicos de mês em mês. A distribuição dessas vagas se baseia nas solicitações de cada atlética e nas prioridades das equipes. Marcos Guerra, presidente da Liga, diz que mesmo assim é impossível contemplar todos os pedidos. “O ideal seria que todas as solicitações fossem atendidas”, afirma ele.

A Liga recebe reclamações de atletas e das próprias entidades esportivas, mas “todo semestre briga por mais horários de quadras”, diz Guerra. Em fato, o controle das quadras do CEPE cabe a sua diretoria, que cede por volta de 45% de seus horários para uso exclusivo das Atléticas. Os períodos destinados a toda a comunidade USP passam por Eunice Francisco. Responsável por horários que vão de matutino a integral, Eunice acredita que acordos ajudam a minorar o problema. “Algumas equipes se organizam entre si e todos conseguem treinar”, afirma, referindo-se a troca de vagas ou treinos em conjunto.

Infográfico: Pedidos de reservaHorário estendido

Aumentar o período de funcionamento do complexo, que fecha às 21h30, seria a melhor solução à falta de espaço-tempo. Apontado por Marcos Guerra e Carlos Bezerra, diretor da Divisão Técnica do Cepeusp, o Projeto Horário Estendido prevê o funcionamento das instalações até as 23h30 de segunda a sexta para toda a comunidade USP — e não somente para as Seleções, como ocorre atualmente. Bezerra afirma que a medida “pode ocorrer semestre que vem”, mas até lá serão necessárias reuniões com a reitoria para providenciar a contratação de mais funcionários. “Vamos tentar falar com o Rodas e apresentar dados”, afirma Guerra, que participa das negociações junto da diretoria do CEPE.