Para Sintusp, a mobilização aumentou depois de comunicado da Reitoria

Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba e unidades da Capital confirmam paralisação

Greve/2010O Sintusp promoveu, nessa terça-feira (04 de maio), reunião extraordinária para definir o posicionamento da organização em resposta ao comunicado emitido pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e divulgado pela Reitoria da USP.

O comunicado do Cruesp informa que as universidades não pagarão aos funcionários os salários dos dias não trabalhados durante a greve, a qual deverá ter início na quarta-feira. Além disso, de acordo com o documento, foi deferida uma liminar judicial que prevê multa de R$ 1.000 para o caso de obstrução de acesso aos prédios de qualquer um dos campi ou das unidades isoladas da USP.

Segundo Magno Carvalho, diretor do Sintusp, a obtenção de uma liminar na Justiça antes da greve ter começado é um fato inédito. Em paralisações anteriores, decisões judiciais dessa natureza foram obtidas somente depois do início do movimento.

O custo das multas deve incidir sobre o próprio sindicato. Ainda assim, o diretor não considera a situação como particularmente preocupante na medida em que, nas mobilizações anteriores, o Sintusp conseguiu obter acordos que o desobrigaram de arcar com os valores de multas.

Por outro lado, a decisão da Reitoria de promover cortes salariais contra os grevistas representa, para Magno, um motivo de atenção. Em termos legais, a efetuação do pagamento de salários dos grevistas pelos dias não trabalhados é uma prerrogativa do reitor. Os cortes de salário durante as greves são usuais, mas a reposição dos dias parados costuma ser parte das negociações para encerramento das paralisações, segundo o diretor. Sua expectativa é, portanto, de que os funcionários não se intimidem com o comunicado. A determinação da Reitoria, contrariamente, deve representar um motivo de radicalização do movimento, opina ele.

Adesão ao movimento

Os Campi Ribeirão Preto, São Carlos e Piracicaba demonstraram intenção de aderir à greve a partir de amanhã. Esta é a mesma predisposição dos funcionários na Prefeitura do Campus, na antiga Reitoria, na Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), no Museu de Arqueologia e Etnografia (MAE), na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais (FFLCH), no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), na Escola de Comunicação e Artes (ECA), na Faculdade de Educação (FE) e na Faculdade de Direito (FD). Na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), a paralisação deve ser parcial: a biblioteca e o setor administrativo continuarão funcionando. Já na Escola Politécnica, apenas o setor de manutenção confirmou a perspectiva de aderir ao movimento.

Errata
Diferentemente do informado anteriormente, a reunião dos funcionários do Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), do dia 4 de maio, decidiu a não-adesão à greve. O texto já foi corrigido.