Debates entre os cerca de 400 membros de Centros Acadêmicos e integrantes de movimentos sociais deram o tom para o X Congresso de Estudantes da USP, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). O encontro buscava definir as pautas a serem defendidas pelo movimento estudantil nos próximos anos.
O Congresso é bienal, mas não ocorria desde 2006, por problemas na organização. Este ano, o evento começou com um debate entre professores convidados. Com discurso bastante crítico ao atual governo, o geógrafo e professor da USP Aziz Ab’Saber lembrou a importância do movimento estudantil: “Estamos numa época em que tudo ainda está muito errado”.
Decisões
Entre as mais de cem resoluções definidas na plenária final, realizada no último dia de Congresso, estão a não-participação do Encontro Nacional de Estudantes e a luta contra as fundações privadas na universidade.
O Congresso deu enfoque à inércia do movimento estudantil hoje. Muitos lamentaram a falta de união dos estudantes: “tem o pessoal do PCO, do PSTU, do PSOL, da MNN, e eles simplesmente não concordam”, diz João Moura Campos, delegado da Poli.
Também foram questionadas a excessiva burocracia dos organizadores e a representatividade do movimento estudantil hoje. Muitos participantes discordam: “não dá para os estudantes falarem que não são representados se não comparecem ao debate” diz Fabiana Alves do Nascimento, diretora do C.A. da Nutrição e colaboradora do DCE.
Também foi definido o “plano de lutas” do DCE, com um planejamento de ações para o segundo semestre. Fabiana lembra da importância do encontro: “O Congresso é importante para potencializar as ações do movimento estudantil”.