Carta: resposta à entrevista de Telma Zorn

Por Nelson Alexandre Brolese, bacharel em Música pela Unicamp.

Ao ler a entrevista da pró-reitora Telma Zorn, na qual declara que o curso de Música tem importância pouco relevante para a sociedade, fiquei indignado, uma vez que sou bacharel em Música pela Unicamp.

Frente a isso, fiz uma carta para a referida pró-reitora e que encaminho ao Jornal do Campus:


Prezada Prof. Dra. Telma Zorn,

Com todo respeito à sua pessoa, mas certo de que tal declaração afeta minha vida e escolha profissional, além do impacto social que causa, uma vez que acredito contribuir para a riqueza de meu país e da sociedade brasileira, com a carreira que escolhi e que, inclusive, foi custeada pelo povo do estado de São Paulo, venho respeitosamente manifestar minha indignação frente à sua declaração dada ao Jornal do Campus na edição 372, com o seguinte teor:

“Você sabe que o músico, por exemplo, tem uma importância impressionante na cultura. Mas infelizmente, num país pobre como o nosso, ainda não temos espaço para desenvolver mais este tipo de conhecimento e ter uma formação mais complexa, multidisciplinar. Espera-se muito num país como o Brasil, em desenvolvimento, que a Universidade possa contribuir com o crescimento da produção de alimentos, da construção e da tecnologia.”

Creio que Mario de Andrade, Heitor Villa Lobos, João Gilberto, Guiomar Novaes e Antonio Carlos Jobim, além de seu colega Paulo Vanzolinni, também se indignariam.

Enquanto quadros relevantes de nossa estrutura de ensino superior professarem esse tipo de pensamento, certamente continuaremos a viver nesse “país pobre como o nosso”.

Carta enviada por Nelson Alexandre Brolese. Fale com a redação.