Carta: fechamento da sala Pró-Aluno do CCE

Por um estudante do 2º ano de História que preferiu não se identificar

Gostaria de lhes passar uma informação, caso ainda não tenham conhecimento, sobre um acontecimento que não foi divulgado pelos meios de comunicação convencionais com antecedência, que visa à precarização das condições de estudo e da estrutura que a Universidade oferece aos seus alunos e que, portanto, é altamente do interesse dos estudantes da Universidade de São Paulo.

Recebi a informação no dia 15 de dezembro de 2010 de que a sala Pró-Aluno do CCE não irá funcionar a partir do ano que vem. Segundo as informações que me foram passadas, os computadores da sala de referência (cerca de 40 computadores) serão distribuídos para outros locais, de acordo com critérios que não foram explicados.

Esta sala atende a todos os alunos da Universidade de São Paulo, mesmo os que são de outras unidades e estão fazendo trabalhos acadêmicos no Campus Butantã. A sala tem como funções principais proporcionar acesso à internet, criação de trabalhos acadêmicos, impressão de trabalhos acadêmicos, ceder espaço para estudos onde grupos se reúnem para discutir como farão seus trabalhos, além de funcionar como segunda opção para os casos em que a sala pró-aluno do instituto ou faculdade do aluno não pode suprir as necessidades acadêmicas, como quando faltam tonners, folhas de papel para impressão ou mesmo quando a própria impressora não está funcionando.

Vale ressaltar que a sala permanece praticamente o ano inteiro com alta frequência de alunos de toda a USP, principalmente no fim de cada semestre, quando, durante algumas semanas, a sala fica praticamente lotada. É um absurdo considerar que a sala não tem utilidade para a Universidade, pois eu vi como muitos alunos dependem desta sala nas ocasiões em que as salas de suas faculdades ou institutos não estão funcionando. Da mesma maneira, é um desrespeito com os alunos escolher o período de férias para executar essa ação, na “surdina”, às escondidas, quando os alunos estão distantes da Universidade e fica muito mais difícil reivindicar o que lhes está sendo roubado!

Este tipo de atitude maquiavélica, que só se apresenta na calada da noite e, neste caso, das férias, tem sido aplicada também em outras situações que este jornal já denunciou como nos casos do curso pago da FEA, sobre os alunos que podem ser expulsos da Universidade por manifestarem suas posições políticas, sobre os cursos de graduação que podem ser excluídos no próximo ano, sobre o aluno que foi agredido pela Guarda Universitária, entre outros. Assim peço que, dando continuidade ao papel de denunciador que cabe a este jornal, façam a divulgação desse fato lamentável que está para acontecer a partir do próximo ano (2011).

Carta enviada ao JC por um estudante do 2º ano de História que preferiu não se identificar. Fale com a redação.