Radioatividade ameaça Japão

Após os acidentes, a preocupação dos japoneses se volta para os riscos de contaminação radioativa. No corpo humano, ela pode ocorrer por absorção, através da pele, ingestão, inalação ou injeção. Pela pele, ferimentos expostos podem facilitar a entrada de radiação.

Segundo a pesquisadora da área de radioproteção do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) Sandra Bellintani, os elementos radioativos liberados na atmosfera também podem contaminar o solo, a água e o ar.

“Se o solo contaminado for usado para agricultura, essa contaminação pode ser transferida para os alimentos provenientes desse cultivo. Se um animal pastar num solo com vegetação contaminada, haverá uma transferência dessa contaminação do solo para a carne e o leite do animal”, conta Sandra. Se esses produtos forem consumidos por uma pessoa, a radioatividade será transferida para o seu corpo, podendo causar danos às suas células.

Para se proteger dos efeitos da radioatividade, uma das principais ações é manter distância da fonte de irradiação. No caso do Japão, foi definida uma área de exclusão por um raio de 20 km em torno da usina nuclear, onde os níveis de radiação são elevados e podem apresentar riscos para a saúde humana.

Segundo Sandra, “na área definida por um raio entre 20 e 30 km em torno da central nuclear foi recomendado que os indivíduos ficassem abrigados em casa com portas e janelas fechadas. Se saírem às ruas, recomenda-se o uso de uma toalha umedecida para cobrir a boca e o nariz, com a finalidade de evitar a ingestão e a inalação dos produtos radioativos voláteis” .

Após acidentes como esse, deve ser analisada a condição da área contaminada e a possibilidade de descontaminação.