Um trote diferente e quase exclusivo

Francielle Ferreira foi a única a se inscrever na primeira chamada do curso de fonoaudiologia em Bauru, mas garante que teve um trote normal e feliz
Mesmo sendo a única bixete no trote de Fono, em Bauru, Francielle voltou para casa toda pintada (foto: Acervo Pessoal)
Mesmo sendo a única bixete no trote de Fono, em Bauru, Francielle voltou para casa toda pintada (foto: Acervo Pessoal)

O dia do trote é um dos mais felizes na vida de qualquer vestibulando. Depois de anos e anos com a cara mergulhada nos livros, estudando todas as fórmulas de física, as regras de acentuação e os triângulos de Bhaskara, chega finalmente o momento de alívio e recompensa. Mas e se você chegar à faculdade e descobrir que é o único aluno que se inscreveu para o seu curso? Não muda nada! Pelo menos é o que garante Francielle Ferreira.

Francielle foi a única aluna a se matricular na primeira chamada do curso de fonoaudiologia do campus de Bauru da USP. Mas ela garante que não houve nenhum tipo de decepção com a ausência das outras 39 pessoas que poderiam ser suas colegas de sala. E, ‘infiltrada’ entre os calouros de odontologia, o outro curso do campus, apenas aproveitou o momento festivo.

“No dia da matrícula, os calouros de odontologia estavam muito eufóricos. Fiquei muito feliz e fui muito bem recebida por todos da universidade. Apesar de ser a única, houve o trote tradicional, aconteceram brincadeiras entre calouros e veteranos, não havendo nenhum tipo de decepção. O momento era de festa e alegria”, garante Francielle.

O motivo para tamanha desistência é um mistério para Francielle. Ela destaca, porém, o alto número de alunos sem ensino médio completo que se inscreve na carreira e credita as desistências à pouca divulgação de toda a estrutura que o curso oferece.

E olha que foi justamente toda essa infraestrutura que impediu que Francielle fosse jornalista e talvez até escrevesse este jornal em um dia de sua vida acadêmica. Comunicação sempre havia sido sua primeira opção e ela até foi aprovada em jornalismo pela Unesp, mas acabou se encantando pelas instalações do curso de fono da USP-Bauru e resolveu mudar de profissão.


Ficha:

Nome: Francielle Martins Ferreira
Idade: 18 anos
Naturalidade: Bauru
Por que fono? Gostou da infraestrutura do campus de Bauru.