Uma trajetória do Iraque ao Brasil

Khalid Tailche: “Desde adolescente eu queria descobrir o mundo” (foto: Arquivo Pessoal)
Khalid Tailche: “Desde adolescente eu queria descobrir o mundo” (foto: Arquivo Pessoal)
“O imigrante tem maior ligação com o lugar do que quem nasceu lá, porque é uma escolha”. Com essa frase, Khalid Tailche, iraquiano naturalizado brasileiro e doutorando em inglês pela FFLCH, define sua ligação com Brasil.

Nasceu em 1967, em Mosul, ao norte de Bagdá. E foi aos 18 anos para a capital cursar Letras, onde também serviu no exército iraquiano, embora não fosse a combate. Tailche diz que servir não foi agradável, mas “como qualquer experiência, você nunca sai sem aprender nada”.

Em 1995 foi para a Líbia, onde deu aulas de inglês por dois anos, quando decidiu vir para o Brasil, devido a um contato com uma parte da família que tinha vindo no início do século passado.

Choque cultural

Segundo ele, houve certo choque cultural ao chegar aqui, “mas isso não te impede de viver, estudar, fazer amigos e etc”. Acredita que pertencer a uma família cristã, minoria absoluta no Iraque talvez tenha ajudado em uma melhor adaptação.

Destaca que não existe uma dicotomia entre oriente e ocidente e acredita ser necessário quebrar essas barreiras. “Nosso mundo precisa tentar entender o outro, em vez de julgá-lo. Você pensa que o outro é diferente, mas ele sempre é diferente”, completa.

Quando perguntado sobre a possibilidade de voltar ao Iraque, diz que só para visitar. Ele não gosta da ideia de estar fixo em um lugar, preso a ele. “Saí do Iraque porque desde adolescente eu queria descobrir o mundo. Nunca gostei da ideia de nascer e morrer no mesmo local”.


Ficha

Nome: Khalid Tailche
Naturalidade: Iraquiano
Ano de nascimento: 1967
Frase: “O que o mundo precisa é de gente que faz a ligação entre culturas e povos.”