Ranking de Tênis no Cepe mescla competividade e entretenimento

“Eu prefiro enfrentar homens”. É assim que Raquel Almeida, 47 anos, define seu estilo de jogo. Agnes Sápiras, 41, segue a linha. “Sempre treinei com os homens, dá mais jogo”, explica. O ranqueamento feminino começou ano passado, mas os depoimentos de Raquel e Agnes confirmam que o Ranking de Tênis do Cepe continua eclético.

“Vem gente de todo tipo treinar”, garante Thales Bom, criador do ranking na década de 80 e treinador. Tem quem já saiba. “Ele cresceu rápido no ranking”, diz, apontando para o paulista – com sotaque de mineiro – André Luiz, 24 anos, 16º colocado (de um total de 180) em apenas um ano. E tem quem não saiba. “No começo, erra bola fácil, não acerta a esquerda. É preciso perseverar”, lembra Roberto Yoshikawa, há 10 anos no ranking e hoje 5º colocado.

Nas palavras do líder do ranking masculino desde 2009, David Mathieson, 25 anos, trata-se de uma “competição social, onde acabam surgindo amizades”. Criador do time de tênis da FFLCH, ele admite, no entanto, sua competitividade. “Na USP, eu não perco”.

Há espaço para surpresas? Sim, Stella Garcia, 14 anos, filha de funcionários, é prova disso. Ela já ganhou um campeonato em meio às marmanjas. “É um outro tipo de jogo, com foco no psicológico. Quando jogo com gente da minha idade, eu sou mais estourada”, explica.

Os jogos do ranking ocorrem aos finais de semana. Os tenistas são separados em duas cores. Os verdes desafiam os de cores brancas que estejam logo acima no ranking. Assim, se o 2º (verde) vence o 1º (branco) ele se torna líder. Ao final de cada rodada, os atletas trocam de cores. Quem era branco se torna verde e ganha o direito de desafiar o oponente.