Coralusp: festival em evolução

De 7 a 11 de junho, foi realizado o Festival CoralUSP no Anfiteatro Camargo Guarnieri. Em sua 6ª edição, o festival trouxe um repertório variado, abordando diversos estilos, músicas brasileiras e internacionais. A ideia é mostrar os diferentes trabalhos do Coral e também de outros grupos.

O coro regido por Jan Szot, por exemplo, trouxe uma ópera semi-encenada. “O lado da ópera acaba não sendo mostrado nesses festivais”, diz Jan. Eduardo Fernandes desenvolveu, com um de seus grupos, um trabalho envolvendo rock. Além disso, o público pôde ouvir sambas, música africana e outros ritmos.

Quem assistiu aprovou o ecletismo. “Eles conseguiram trazer descontração para que nós pudéssemos aproveitar a cultura de uma forma lúdica”, diz Karin von Wallwitz. Ela assistiu à apresentação de sua filha Marjorie, de apenas 9 anos, que canta desde o início do ano no grupo Madrigal Cantabilis, regido por Jan Szot.

Ana Paula Lingner, coralista, comenta que a importância desses festivais é os próprios coralistas se conhecerem e conhecerem os trabalhos de outros grupos. “Funciona como uma troca. Além disso, a importância é abrir para o público o conhecimento do canto coral, ao qual nem todos têm acesso”, diz.

O festival contou também com atividades de técnica vocal: uma relacionada ao canto italiano e outra à prática da improvisação. Além disso, Eduardo Fernandes ministrou duas palestras tratando da história da MPB.

o festival em seus primórdios

O Festival Coralusp vem de uma história antiga, que data da década de 1980. Então, era realizada a Semana de Canto Coral, que foi suspensa e retornou com o nome de Festival CoralUSP. “A ideia continua sendo a mesma”, diz Alberto Cunha, diretor artístico do Coral desde 2010.

O festival ocupa uma semana em junho. Desde a década de 1980, a principal mudança foi quanto ao número de grupos. Eram apenas quatro. Hoje, os atuais 11 grupos ocupam praticamente a semana toda. Outras mudanças são novos nomes, um regimento, que o Coral não possuía, e a separação entre parte administrativa e parte artística. O Coral tem investido em workshops e palestras.

Alberto Cunha lamenta, apenas, que os eventos musicais realizados no Camargo Guarnieri sejam pouco conhecidos. “Esse teatro já presenciou momentos importantes da história cultural da cidade”, diz.