Vandalismo tira USP do Jopri

A Associação Atlética Acadêmica Guimarães Rosa (AAAGR), do Instituto de Relações Internacionais (IRI), não vai disputar a edição de 2011 dos Jogos Paulistas de Relações Internacionais (Jopri). O principal motivo é um problema ocorrido no ano passado, quando a delegação da USP foi acusada de vandalismo.

Durante o último dia de competições, o carro de um dos integrantes do vice-presidente da Atlética da PUC, Léo Henry, foi todo riscado. No capô do veículo era possível ler a palavra “Pentapetão”, alusão ao quinto título conquistado pela PUC, que, segundo torcedores de outras faculdades, foi conquistado “no tapetão”, ou seja, com decisões tomadas fora das disputas esportivas. “Era algo que as torcidas da USP e da Facamp gritavam nas arquibancadas durante as finais dos jogos, por isso é até provável que alguém da USP tenha riscado o carro, mas não temos como provar”, diz Tanja Oshima, tesoureira e ex-presidente da AAAGR.

Lara Sibinelli, presidente da Atlética da PUC, não tem dúvidas de que a USP foi responsável pelo vandalismo. “Um cara da USP ameaçou o Léo, nosso vice-presidente, e no dia seguinte o carro dele (Léo) apareceu riscado”, afirma.

Durante a reunião de fechamento dos jogos foi apresentado um orçamento de R$ 8 mil para cobrir os prejuízos. “Acreditei que a liga se responsabilizaria, mas todas as atléticas votaram para a USP pagar sozinha. Mas nós não tínhamos esse valor. Além disso, deveriam ter sido apresentados pelo menos três orçamentos”, explica Tanja. A entidade da USP arcou com metade dos custos do orçamento apresentado e o resto foi dividido entre as outras atléticas. Em 2010 o Jopri gerou R$ 4 mil de lucro para cada uma das seis atléticas participantes.

Como consequência do desacordo, a AAAGR não recebeu a parte do lucro a que teria direito e desistiu de participar dos jogos. “Em 2010 fomos aceitos no BIFE e participaremos novamente esse ano. Fizemos uma votação aqui no IRI e os atletas votaram por participarmos do BIFE e não do Jopri”, afirma a ex-presidente.

Outros motivos

Tanja argumenta que o evento ocorrido em 2010 foi apenas a gota d’água para a saída da USP. Segundo ela, outros fatores como a desorganização, a falta de comprometimento de algumas instituições e alguns itens do estatuto desagradavam há tempos. “Os lucros eram divididos igualmente entre as atléticas, mas apenas a PUC e a USP eram responsáveis por quase todo o trabalho. Nos jogos havia equipes que davam cambalhotas, juízes que não apareciam. Além disso, as decisões da liga sempre eram diferentes quando contra a USP e contra outras faculdades. Sempre éramos mais punidos”, acusa.

Apesar de todo o descontentamento, o abandono do Jopri pela USP não é definitivo. “Pensamos em conversar com a PUC, quem sabe escrever um novo regulamento, registrá-lo em cartório e convidar as outras faculdades a participar. Quem sabe para o ano que vem”, planeja Tanja.

A ideia, porém, não parece agradar as outras faculdades. “Não sei se a liga aceitaria a USP de volta. Esse ano já temos duas novas faculdades participantes, a Anhembi Morumbi e o Rio Branco. Além disso, ano passado a USP já não foi tão expressiva assim”, comenta Lara. Ela ainda afirma que a liga não queria a saída. “A USP saiu do Jopri porque quis. Mesmo assim, o evento do carro seria motivo para expulsão em qualquer outra competição”.

Tanja discorda. “Conversei com presidentes de outras atléticas da USP e com advogados para ver o que seria possível fazer. Todos me disseram que o evento foi mal conduzido e que nós poderíamos acionar a justiça. Não o fizemos pois não teríamos como cobrir os gastos com advogados”, conclui.

Este texto foi atualizado e apresenta diferenças de redação em relação ao publicado na edição impressa do JC.